Governo testará passagens aéreas mais baratas a partir de agosto
Programa do Ministério dos Portos e Aeroportos prevê bilhetes a 200 reais para pessoas que nunca viajaram de avião

O projeto do governo de oferecer passagens aéreas a preços mais baixos começou a ganhar tração entre as próprias empresas aéreas. Quando a proposta foi apresentada pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, o presidente Lula ficou irritado e chegou a dizer que “ideias geniais” precisavam passar antes pela Casa Civil.
Consta que o presidente não havia compreendido que o plano não era tirar dinheiro dos cofres públicos para subsidiar passagens, mas, sim, desenvolver um programa de incentivo a ser tocado pelas próprias empresas aéreas. Batizado provisoriamente de Voa Brasil, a ideia é ocupar os assentos vagos dos voos, oferecendo bilhetes mais baratos.
Noventa por cento dos brasileiros não têm acesso ao transporte aéreo. Segundo o Ministério dos Portos e Aeroportos, as empresas operam, na maior parte do ano, com 21% de ociosidade. Essas vagas, de acordo com a proposta, poderiam ser preenchidas a partir da venda de bilhetes mais baratos, em torno de 200 reais. Superadas as críticas iniciais, o projeto caminhou.
A Agência Nacional de Aviação Civil vai coordenar um grupo de trabalho que contará com a participação das empresas aéreas e das entidades do setor para definir as futuras regras. A ideia é que um projeto piloto comece a ser operacionalizado a partir do segundo semestre deste ano. Inicialmente, os bilhetes mais baratos seriam vendidos a servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS e estudantes beneficiários do Fies.
O ministro Márcio França já adiantou que as passagens mais baratas também poderiam ser adquiridas na modalidade de crédito consignado. Os bilhetes seriam pagos em até 12 vezes.