Governo Lula anuncia troca de número 2 no Gabinete de Segurança Institucional
General Washington Triani assumiu cargo de secretário-executivo do órgão que despertou desconfiança de Lula no início do governo por atos do 8 de janeiro

O governo Lula anunciou a troca do número 2 na cadeia de comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pela proteção do presidente e chefiado pelo general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos. Em decreto publicado no Diário Oficial, o petista confirmou a saída do general de divisão Ivan de Sousa Corrêa Filho, que estava no posto de secretário-executivo do GSI desde maio de 2023 e foi substituído por Washington Rocha Triani, que também é general de divisão do Exército. Antes disso, Triani estava à frente do Comando, Controle e Informação do Departamento de Ciência e Tecnologia da força.
O novo secretário-executivo do GSI é militar desde 1985. Formado em Campinas (SP), foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), comandou o Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia e ocupou o cargo de assessor parlamentar do gabinete do Comandante do Exército. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do GSI afirmou que a troca de nomes no cargo está dentro da normalidade e segue o fluxo regular da carreira dos oficiais do Exército. Corrêa Filho, por sua vez, que deixou a secretaria-executiva do GSI, foi designado para assumir o Comando de Defesa Cibernética da força.
Crise de confiança
No início do governo Lula, o GSI motivou desconfiança em Lula e na primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja. Na época, o então ministro do órgão, general Edson Gonçalves Dias, apareceu em filmagens interagindo com golpistas no dia 8 de janeiro de 2023, quando a Praça dos Três Poderes foi invadida e depredada por apoiadores de Jair Bolsonaro. A divulgação dos vídeos pressionou Dias a pedir demissão. Mesmo assim, Janja exigiu na época que sua segurança deixasse de ser uma responsabilidade do GSI e fosse assumida Polícia Federal (PF). Oficiais da PF também chegaram a cuidar por um tempo da segurança pessoal de Lula, mas a atribuição foi devolvida ao GSI em junho de 2023.