Governadores do Nordeste criticam Zema por ‘indicar guerra entre regiões’
Consórcio diz que governador de Minas quer manter desigualdades e ‘aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual’
O Consórcio Nordeste afirmou neste domingo, 6, que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, indicou uma “guerra entre regiões” na entrevista em que anunciou a criação de um grupo de estados do Sul e Sudeste para fazer frente às demais unidades da federação.
Autor da nota, o presidente do Consórcio Nordeste e governador da Paraíba, João Azevêdo, diz que Zema parece “aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual”.
“Nesse contexto, indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las”, acrescenta.
O governador do Piauí, Rafael Fonteles, também reagiu às declarações e, em sua conta no Twitter, disse que o mineiro “revela-se o maior inimigo da federação brasileira” e que “quem apostar contra a união do povo brasileiro vai perder”.
Em entrevista ao Estadão publicada neste sábado, Zema manifestou contrariedade com a avaliação de que “outras regiões do Brasil, com estados muito menores” que o Sul e o Sudeste “em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília”.
Para os chefes de Executivos nordestinos, contudo, a constituição de seu consórcio, assim como o da Amazônia Legal, nega qualquer “lampejo separatista” e aposta no “fortalecimento de um projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução” – no sentido contrário ao da entrevista de Zema.
“Já passou da hora de o Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais”, diz a nota.