Gilberto Kassab, um coadjuvante influente nas articulações para 2026
Secretário de Governo de São Paulo é considerado peça-chave na definição de candidatos ao governo paulista e à Presidência da República

Com a suspensão dos direitos políticos de Jair Bolsonaro, partidos de centro e de direita especulam sobre quem herdará o espólio eleitoral do capitão e será o principal adversário do PT na sucessão presidencial de 2026. Até aqui, o nome mais cotado para assumir a missão é o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, que chegou ao posto apoiado pelo antigo chefe, de quem foi ministro de Infraestrutura.
Ciente das tratativas em curso, Tarcísio prefere desconversar e costuma dizer que todas as suas atenções estão voltadas para a administração do maior colégio eleitoral do país. Não poderia ser diferente, já que eventual anúncio de uma candidatura presidencial, faltando tanto tempo para a votação, renderia ataques de opositores e até de rivais dentro do campo da centro-direita.
Principal articulador político do governador, o secretário de Governo de SP, Gilberto Kassab, entoa discurso parecido. Ex-ministro de Dilma Rousseff e de Michel Temer, Kassab repete aos quatro cantos que a prioridade de Tarcísio em 2026 deve ser a reeleição ao governo. Conveniente, essa pregação não convence todo mundo.
Em Brasília, políticos experientes dizem que, a depender das circunstâncias, Kassab fará de tudo para convencer Tarcísio a disputar o Palácio do Planalto e, mais importante, convencê-lo de que ele, Kassab, deve ser a opção para concorrer ao governo paulista. No início deste ano, Kassab participou das negociações que resultaram na formação de um bloco parlamentar de mais de 140 deputados federais que reúne o partido dele, o PSD, o partido de Tarcísio, o Republicanos, o MDB e o Podemos. A parceria entre governador e secretário não está restrita ao plano estadual.