Forças Armadas sugeriram ao TSE apuração paralela de votos, diz Bolsonaro
Segundo Bolsonaro, os votos das eleições são apurados em uma 'sala secreta', o que já foi desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral
As Forças Armadas sugeriram ao Tribunal Superior Eleitoral que militares façam uma contagem paralela dos votos nas eleições. A afirmação foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro, no fim de um ato no Palácio do Planalto no começo da noite desta quarta-feira, 27.
Em discurso, o chefe do Planalto disse que uma das propostas das Forças Armadas ao TSE seria a de um computador próprio para receber os votos com o objetivo de que os militares façam uma apuração própria. Segundo Bolsonaro, os votos das eleições são apurados em uma “sala secreta”, na qual “meia dúzia de técnicos dizem ali no final: ‘Olha, quem ganhou foi esse'”.
O TSE já havia esclarecido, em apresentação feita a parlamentares, incluindo um dos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro, em julho do ano passado, que é falsa a afirmação de que a apuração dos votos seja feita de forma secreta em uma sala do tribunal.
Bolsonaro explicou que a proposta é a de instalação de um “cabo” ou “duto” paralelo para que os dados da votação sejam enviados para um computador específico das Forças Armadas: “Uma das sugestões é que esse mesmo duto que alimenta na sala secreta os computadores seja feito uma ramificação um pouquinho à direita para que tenhamos do lado um computador também das Forças Armadas para contar os votos no Brasil”.
O presidente disse esperar que o TSE dê resposta às sugestões dos militares nos próximos dias. Em agosto do ano passado, o tribunal pediu ao Ministério da Defesa a indicação de um representante das Forças Armadas para a comissão de transparência das eleições.