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Flávio Bolsonaro atua ‘para tentar interromper investigações’, diz MP

Segundo o órgão, senador não presta os esclarecimentos necessários e atua para impedir a continuidade das investigações

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2019, 19h47 - Publicado em 13 Maio 2019, 18h21

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou nesta segunda-feira, 13, que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se recusa a prestar esclarecimentos sobre as investigações que envolvem seu ex-assessor Fabrício Queiroz e também atua para impedir a continuidade do inquérito.

“O senador Flavio Bolsonaro tem direcionado seus esforços para invocar o foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal ou mesmo tentar interromper as investigações, como o fez junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, fato amplamente noticiado nos meios de comunicação”, diz o órgão.

No texto, o MPRJ completa que “o referido parlamentar não adota postura similar à de outros parlamentares, prestando esclarecimentos formais sobre os fatos que lhe tocam e, se for o caso, fulminando qualquer suspeita contra si”. “O senador é presença constante na imprensa, mas jamais esteve no MPRJ, apesar de convidado”, conclui a nota.

Em entrevista concedida no domingo, Flávio Bolsonaro acusou procuradores “militantes” de conduzir o inquérito sobre as movimentações de Queiroz com a finalidade de desestabilizar o governo de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Não quero privilégio, mas não quero ser prejudicado porque sou filho do presidente. O Coaf pode ter acesso às movimentações financeiras de qualquer pessoa sem autorização judicial. Não pode compartilhar essas informações com o Ministério Público se for de forma tão específica, como foi meu caso”, afirmou.

Em réplica, a Promotoria afirmou que o órgão tem atuação “isenta e apartidária, pautada nas normas e princípios constitucionais”. O MPRJ afirma que um exemplo de que o órgão não tem atuação política é o fato de que o conteúdo do relatório não foi conhecido durante todo o período das eleições de 2018, mesmo tendo sido enviado pelo Coaf em janeiro daquele ano.

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‘Meu erro talvez tenha sido confiar no Queiroz’

Na entrevista dada ao jornal O Estado de S. Paulo no domingo, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que o único erro que acredita que possa ter cometido foi o de confiar em Fabrício Queiroz. O parlamentar também negou que tenha havido qualquer arrecadação nos moldes da chamada “rachadinha” em seu gabinete.

“Ele tinha a minha confiança, mas está comprovado que não era merecedor dela. O Queiroz tinha muita autonomia dentro do gabinete para escolher as pessoas, principalmente as equipes que eu chamo de equipe de rua. Ele que geria isso tudo. Talvez tenha sido meu erro confiar demais nele”, acrescentou.

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