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Fernando Haddad: o sucessor de Lula tenta superar o antipetismo

Ungido herdeiro político do ex-presidente, petista ainda tenta protagonizar virada pessoal, após ter perdido campanha à reeleição como prefeito de São Paulo

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 out 2018, 01h03

Há dois anos, o assunto era outro: empresário que nunca havia participado da vida pública, João Doria (PSDB) coroou sua subida meteórica na política com uma vitória no primeiro turno para a Prefeitura de São Paulo. Do outro lado, estava o então prefeito, Fernando Haddad (PT), que falhou em conquistar a reeleição em meio a uma crise generalizada que assolava o PT nos meses seguintes ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Eis que hoje Haddad ressurgiu das cinzas e é o candidato petista à Presidência da República, incumbido da missão de ser o herdeiro político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), barrado pela Lei da Ficha Limpa. Na campanha, a sua administração na capital paulista foi para o segundo plano, dando lugar a suas realizações como ministro da Educação no governo do padrinho político e de Dilma, como os programas ProUni e Fies e a expansão das universidades federais.

Haddad demorou a convencer a cúpula petista, dividida entre abraçar a sua candidatura por ter “cara de tucano” e manter até o final a candidatura de Lula, mesmo sabendo que as chances de sucesso do ex-presidente na Justiça eram ínfimas. Quando entrou na disputa, Haddad chegou a empolgar com o crescimento rápido das suas intenções de voto nas pesquisas, mas estacionou na faixa dos 20%, percentual que pode lhe garantir um lugar no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL).

Com poucos dias para o resultado do pleito, a campanha desceu do salto e finalmente encarou a situação: evitou criticar Bolsonaro por considerar o capitão da reserva um adversário mais fácil de bater que outros dos principais postulantes, mas acabou chegando à reta final da urna diante da possibilidade de que o presidenciável do PSL vença em primeiro turno, estimulado por um intenso antipetismo, que se distribuía em diversas candidaturas, mas que parece ter se concentrado em Bolsonaro.

Após a correção do rumo da campanha, com críticas mais pesadas a Bolsonaro, mudança de estratégia e o foco na manutenção do eleitorado do Nordeste, Haddad tenta evitar o pior cenário, garantir a ida ao segundo turno e apostar que o #EleNão, o alto índice de eleitores que rejeitam o candidato do PSL, será capaz de derrubá-lo e garantir a quinta vitória petista consecutiva em eleições presidenciais.

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Segundo as últimas pesquisas divulgadas neste sábado (6), os dois estão em empate técnico no segundo turno: no Ibope, o capitão do Exército tem 45% contra 41% do petista, enquanto que no Datafolha o placar fica em 43% a 41%, também em favor de Bolsonaro. A margem de erro dos dois levantamentos é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o que indica que estão empatados.

Em termos de rejeição, os dois também travam um duelo equilibrado e lideram a disputa no quesito. No Datafolha, Bolsonaro é rejeitado por 44% dos eleitores, enquanto 41% fazem o mesmo com Haddad. Já no Datafolha, o cenário é um pouco melhor para o petista: ele é descartado por 36% do eleitorado, enquanto seu rival ostenta uma taxa de 41%.

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