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Ex-secretário do Ministério do Trabalho denuncia irregularidades

Propina, pagamentos suspeitos, saques indevidos, falsificação de assinaturas, arrombamento de gaveta – a farra na pasta comandada pelo PTB continua

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 mar 2018, 13h05 - Publicado em 9 mar 2018, 12h57

Em setembro do ano passado, o então secretário executivo do Ministério do Trabalho, Antônio Correia de Almeida, pediu demissão. Aborrecido, disse ao então ministro, Ronaldo Nogueira, do PTB gaúcho, que estava saindo por não concordar com as irregularidades que estava acontecendo dentro e fora de alguns gabinetes da pasta. Segundo ele, havia casos grotescos de falsificação de assinatura, sumiço de relatórios de investigação, saques suspeitos e pagamentos ilegais. Cinco meses depois de entregar o seu cargo, Correia formalizou suas denúncias à Polícia Federal e contou a VEJA detalhes de como membros do PTB estão operando no Ministério do Trabalho.

“Algumas vezes, o ministro se queixou para mim: ‘Devo lealdade ao Jovair (…) Porque você sabe: o Jovair me pede. Eu estou no cargo por indicação dele’. E ele mandou pagar uma das faturas da B2T”, diz o ex-número 2 do Ministério do Trabalho. Correia se refere ao deputado federal Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara, e à empresa de tecnologia B2T, contratada pela pasta para identificar fraudes nos pedidos de seguro-desemprego. Essa licitação foi considerada suspeita pela Controladoria-Geral da União (CGU), que mandou suspender os pagamentos para a companhia. Correia também denunciou saques irregulares ocorridos no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). “Isso passou por gente do Leonardo Arantes (sobrinho de Jovair)”, afirma o ex-secretário executivo.

Na semana passada, uma reportagem de VEJA revelou um esquema de corrupção envolvendo acólitos do deputado Jovair Arantes, do PTB de Goiás. Em uma gravação, um empresário negociou o pagamento de 4 milhões de reais em propinas com uma lobista para destravar um registro sindical. Verusca Peixoto, a lobista, confirmou que parte do dinheiro seria entregue a Rogério Arantes, sobrinho de Jovair, que acionou o seu primo Leonardo Arantes, que exerce a função de secretário executivo do Ministério do Trabalho. Todos os envolvidos negam qualquer irregularidade. Em nota, o Ministério do Trabalho afirma que está averiguando os fatos revelados por VEJA, sem especificar quais medidas foram tomadas.


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