Ex-presidente da Petrobras cita ‘intrigas palacianas’ e diz adeus ao PT
Jean Paul Prates anunciou que vai se filiar a outra legenda de esquerda para disputar a eleição de 2026
O ex-senador pelo Rio Grande do Norte e ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates anunciou na tarde desta segunda-feira, 24, que vai se desfiliar do Partido dos Trabalhadores por falta de espaço eleitoral na legenda e intrigas contra ele.
“Minha saída, provocada por intrigas palacianas e desinformações deliberadamente plantadas, e marcada pela ausência de manifestação pública do partido à época, consolidou uma percepção de esvaziamento do espaço político que antes eu ocupava. A forma como se desenvolveram as conversas recentes sobre os planos políticos do PT no Rio Grande do Norte para 2026 reforçou minha percepção de que meu espaço de contribuição dentro do partido se encontrava reduzido, ainda que eu mantenha total respeito às decisões e compreenda que os diálogos políticos seguem em evolução”, anunciou o político potiguar.
Prates explicou ainda que desejava disputar a eleição do próximo ano para o Senado Federal, algo que já havia aberto mão em 2022, a pedido do PT. O cargo de presidente da Petrobras chegou para ele logo depois da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como geralmente o petista faz com aliados que aceitam não disputar as eleições por causa de acordos locais políticos.
“Essa decisão, embora amadurecida ao longo dos últimos meses, foi consolidada após diálogo direto e respeitoso com a governadora Fátima Bezerra, em que reafirmei minha disposição de integrar a chapa majoritária governista ao Senado Federal em 2026, em posição ainda a definir”, disse.
O ex-senador também já afirmou que vai se filiar a outro partido progressista, de esquerda e ligado às lutas por justiça social — no entanto não disse qual — para disputar as eleições em 2026. “Continuarei no campo progressista, em uma legenda com tradição equivalente de luta por justiça social, dignidade e soberania nacional, com o objetivo de contribuir para a construção de uma esquerda moderna, transparente, popular e capaz de dialogar com as novas gerações e os desafios do nosso tempo”.
Prates aproveitou o espaço do anúncio de sua desfiliação para elogiar alguns colegas de partido, citando diretamente Lula, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante, Henrique Fontana, José Dirceu e Edinho Silva. Ele ainda disse não guardar mágoas do PT e descreveu sua trajetória na legenda, desde sua filiação, em 2013.
Apesar se ter sido senador por quatro anos, de 2019 a 2023, Prates nunca venceu uma eleição de fato para o cargo. Ele era suplente de Fátima Bezerra, que deixou o cargo ao se eleger governadora do Rio Grande do Norte, abrindo espaço para ele.
Após a eleição de Lula em 2022, quando nem nas urnas chegou a aparecer, ele assumiu a presidência da Petrobrás, em janeiro de 2023, e ficou no cargo até maio de 2024. Ele foi demitido do posto após uma intensa quebra-de-braço com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em temas como pagamento de dividendos, política para gás e investimento em energia renovável.
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