Esquerda e direita travam duelo sobre modelo de operações policiais
Com a operação do Rio de Janeiro, segurança pública voltou ao centro do debate público
Apesar de ser o tema que mais preocupa os eleitores, conforme pesquisas de diferentes institutos, a segurança pública andava esquecida no debate político até a operação policial realizada no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que resultou na morte de pelo menos 121 pessoas.
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador fluminense, Cláudio Castro, considerou a ação um sucesso no combate ao crime organizado, minimizou a quantidade de mortes e disse que as únicas vítimas eram os quatro policiais que perderam a vida durante a ação. Pré-candidato ao Senado, Castro ganhou musculatura política e apoio popular.
Numa tentativa de pegar carona, outros governadores da direita — incluindo os presidenciáveis Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Romeu Zema — elogiaram a iniciativa, prestaram solidariedade a Castro e anunciaram a formação de um “Consórcio do Paz”, que teria como prioridade fazer um contraponto ao governo federal, que, segundo os oposicionistas, seria omisso na área.
Esquerda nas cordas
Ciente de que a segurança pública é terreno movediço para sua gestão, Lula demorou a se manifestar sobre a ação no Rio. Apesar de a maioria do eleitorado ter aplaudido a intervenção nos complexos do Alemão e da Penha, o presidente disse que houve “matança” e tachou a operação de “desastrosa”.
Com a ajuda de sua equipe ministerial e de políticos de esquerda, o presidente defendeu a tese de que está comprometido com o combate às organizações criminosas, mas disse que prefere o trabalho de inteligência, respeita os direitos humanos e não considera as mortes um efeito colateral aceitável, a menos que haja confronto aberto entre forças de segurança e criminosos.
Em meio à polêmica, dois governos comandados pelo PT realizaram operações policiais contra o crime organizado. Na Bahia, uma ação contra o Comando Vermelho resultou na prisão de 37 suspeitos, incluindo um suposto líder da facção criminosa em Salvador, e apenas uma morte. No Piauí, a polícia agiu contra uma alegada infiltração do PCC no mercado de combustíveis. Em ambos os casos, houve uma tentativa de vender eficiência sem a necessidade de “matança”.
Com a segurança de volta ao centro do debate público, direita e esquerda correm para mostrar serviço e apostam em modelos diferentes para combater as organizações criminosas. Os dois lados cantam vitória, mas até aqui fracassaram no que realmente importa: reduzir os índices de criminalidade e aumentar a sensação de segurança do eleitorado.
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