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Em discurso confuso, Lula acena à conciliação, mas assusta o mercado

Petista relativiza responsabilidade fiscal, critica a distribuição de dividendos pela Petrobras e privatizações e reforça a prioridade em gastos sociais

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 nov 2022, 13h27 - Publicado em 10 nov 2022, 12h20

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fez um longo, duro e confuso discurso na manhã desta quinta-feira, 10, em Brasília, ao chegar ao CCBB, sede da transição de governo, no qual disparou mensagens em tom de conciliação enquanto atacava o mercado financeiro e coisas caras ao setor, como o teto de gastos e as privatizações. Também acenou aos mais pobres prometendo prioridade na retomada de políticas sociais.

Na esteira de um discurso maniqueísta, no qual colocou o tempo todo como excludentes as preocupações sociais e a responsabilidade fiscal, o discurso teve impacto negativo nos indicadores do mercado, como o Ibovespa, que caiu durante o pronunciamento, e o dólar, que subiu.

Lula criticou a distribuição de dividendos pela Petrobras aos acionistas, lembrando que a estatal já distribuiu mais de 150 bilhões de dólares durante o atual governo. “E nesta semana inventaram a distribuição de mais de 50 bilhões de dólares de um possível lucro futuro. Sabe qual é a ideia? É esvaziar o caixa da Petrobras para que nós não possamos fazer investimentos”, disse.

Também atacou quem defende o teto de gastos e o que chamou de “regra de ouro” que o mercado quer impor ao governo. Segundo ele, a “regra de ouro” de sua gestão será garantir comida aos mais pobres, em especial às crianças. “Essa é a nossa regra de ouro”, disse. E voltou a atacar o mercado. “A coisa mais barata no Brasil é cuidar dos pobres. A coisa mais cara é garantir ao sistema financeiro receber o que o estado lhe deve’, disse. E acrescentou que “muitas coisas que são consideradas gastos nesse país nós vamos passar a considerar investimentos”, voltando a falar dos programas sociais.

Lula também criticou o agronegócio que se colocou contra a sua candidatura (“Eu quero saber qual é a bronca”, disse), as Forças Armadas (por terem feito um relatório “equivocado” sobre o processo de votação) e a Operação Lava Jato, voltando a lembrar que a investigação foi instrumentalizada para tirá-lo do processo eleitoral em 2018.

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O presidente eleito também atacou aqueles que apoiaram Bolsonaro e não aceitaram o resultado das eleições e a estratégia dos adversários de divulgarem notícias falsas sobre a sua candidatura durante o processo eleitoral.

Por outro lado, Lula também fez vários acenos à conciliação política, dizendo que irá conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com os parlamentares do Centrão, que hoje apoiam Bolsonaro.

“Vamos conversar com o Congresso Nacional, porque o Congresso Nacional tem todos os defeitos que cada um de nós quer que ele tenha, mas esse país já foi muito pior quando a gente não tinha o Congresso Nacional, quando ele tinha sido fechado”, disse. “É melhor um debate caliente, um debate nervoso das divergências do que o silêncio profundo do medo das baionetas que esse país já experimentou”, completou.

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E criticou quem estava nas ruas pedindo a volta da ditadura militar em razão da sua vitória. “Voltem para casa, não sejam violentos com crianças, não sejam violentos com quem pensa diferente de vocês, vamos respeitar quem não pensa como a gente”, disse. “Eu só peço às pessoas que respeitem o resultado eleitoral, porque vencemos as eleições e vamos precisar recuperar esse país”, afirmou.

No final, defendeu que a população, em razão da Copa do Mundo, volte a usar o verde-amarelo, as cores nacionais que foram cooptadas pelo bolsonarismo nos últimos anos. “Vamos resgatar o verde-amarelo, que não é de um partido. Vocês vão me ver com a camisa verde-amarela. Só que a minha vai ter o número 13”, disse.

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