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Debate: Em Aparecida, cardeal questiona presidenciáveis sobre corrupção

Candidatos à Presidência se encontraram em evento promovido por TV católica e foram questionados pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 4 jun 2024, 17h09 - Publicado em 20 set 2018, 23h12

A corrupção foi o tema de abertura do debate da TV Aparecida, na noite desta quinta (20), com uma questão crítica do cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. Como esperado, nenhum candidato tergiversou. O petista Fernando Haddad, cujo partido está no centro dos escândalos da Lava Jato, defendeu o fortalecimento das instituições de controle, o combate ao desvios de dinheiro e a “individualização e punição exemplar” dos corruptos.

Para essa primeira pergunta, não houve réplica — apenas a exposição de cada candidato. Haddad escapou de possíveis questionamentos dos concorrentes sobre os percalços do PT nesse campo e sua resistência a fazer um mea-culpa, em nome do partido.

Geraldo Alckmin (PSDB) aproveitou os dois minutos para ser mais direto. “Quem enriqueceu em política é ladrão”, afirmou. “Ladrão”, soletrou ele, para em seguida criticar a existência de 35 partidos políticos, sem que haja 35 ideologias diferentes.

O tucano defendeu a adoção do voto distrital misto, mesmo sem ter tempo para explicar aos expectadores do que se trata. Mencionou o fortalecimento das instituições de controle e a punição aos crimes do colarinho branco.

No Santuário de Aparecida, Marina Silva (Rede), fiel da Assembleia de Deus, citou o Papa Francisco e fez menção a uma passagem do Evangelho — o confronto de Jesus com os mercadores no templo — para ilustrar sua visão de que a corrupção sistemática é um crime espúrio. Ela defendeu a criação de mecanismos de transparência.

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Ciro Gomes (PDT) lembrou que os corruptos se adaptam às leis e fez questão de se apresentar como político com 39 anos de política pública que “nunca” respondeu a malfeitos. Propôs um novo pacto federativo, a eleição de ideias e não de caudilhos e o plebiscito como instrumento decisório final.

“O Brasil foi governado por organização criminosa”, afirmou Alvaro Dias, referindo-se aos governos do PT. Para o candidato do Podemos, a Lava Jato é prioridade nacional e terá capacidade de melhorar a imagem do país no exterior e atrair investimentos.  Temos de acabar com a lógica do rouba mais faz. Agora é hora de fazer muito mais, porém sem corromper”, declarou.

Guilherme Boulos lamentou que os valores éticos tenham deixado de ser o centro da vida e o “sequestro do setor público pelo setor privado”. De acordo com o candidato do Psol, isso começa nas eleições e depois passa para a troca de cargos em ministérios por votos no Congresso. “Somos contra essa promiscuidade.”

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