É HOJE! Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Em 2021, ninguém fez tanta oposição ao governo como Bolsonaro

Presidente insistiu no negacionismo científico, acentuou a estratégia de intimidação do Poder Judiciário e não se empenhou pelas reformas

Por Daniel Pereira Atualizado em 31 dez 2021, 09h05 - Publicado em 31 dez 2021, 09h00

Em 2021, ninguém fez oposição ao governo como Jair Bolsonaro. O presidente insistiu na postura negacionista com relação à Covid-19, intensificou a estratégia de intimidação do Poder Judiciário, como ficou evidente nas manifestações do feriado de Sete de Setembro, e não empenhou esforços pela aprovação de pautas prioritárias, como as reformas estruturantes. No caso da reforma administrativa, ele fez pior: determinou que o texto ficasse em banho-maria até a próxima eleição, por medo de perder os votos do funcionalismo público.

Apesar da crise econômica e dos desatinos em série, Bolsonaro ainda mantém o apoio de cerca de 20% da população, o que tem sido suficiente para lhe garantir, segundo as pesquisas de intenção de voto, um lugar no segundo turno na corrida presidencial de 2022. É para essa parcela da população que ele governa e fala. É com a ajuda dela e do antipetismo de outros segmentos que hoje desaprovam o governo que o ex-capitão acha que conquistará um novo mandato. Bolsonaro, reconhecem seus próprios aliados, nunca se preocupou em governar para todos os brasileiros.

Coordenador da campanha à reeleição, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente, até tenta moderar, na medida do possível, o pai. O Zero Um intermediou a entrada do Centrão no governo, mantém diálogo com representantes do Judiciário e defende a vacinação. Mesmo assim, não questiona a autoridade do presidente para definir suas estratégias. “Ele é um fenômeno. As decisões dele que hoje parecem erradas sempre se mostram acertadas lá na frente. Ele é muito mais inteligente do que vocês pensam”, afirma o senador.

O eleitor, pelo jeito, não tem percebido os acertos de Bolsonaro. Se mantém o apoio de cerca de 20%, o presidente tem sua gestão reprovada por mais da metade da população. Nas pesquisas de intenção de voto, a rejeição a seu nome é sempre a maior entre todos os presidenciáveis e ronda a casa dos 60%. Apesar disso, Bolsonaro insiste em decisões que, aos olhos do senso comum, funcionam como tiros no pé. Recentemente, ele se opôs à vacinação contra Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos de idade, aprovada pela Anvisa e adotada em países desenvolvidos.

Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) costuma dizer que não há como mudar Bolsonaro, mas preocupado com a estabilidade do governo — e também com a campanha à reeleição — o ministro faz o que pode para moderar de vez em quando o chefe e municiá-lo com informações que permitam a ele falar de uma agenda positiva. Nem sempre dá certo. Nos últimos dias, Bolsonaro não aceitou suspender suas férias para visitar a Bahia, estado castigado pelas chuvas. Curtindo seu descanso, ele ainda anunciou que não levaria sua filha mais nova para vacinar. Parece só mais um desatino, mas não é. O negacionismo do presidente atrapalha o início da imunização das crianças contra Covid-19.  Com um mandatário assim, a oposição — esta sim — pode ficar sem trabalhar.

Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.