Edegar Pretto cobra apoio de Eduardo Leite a Lula: ‘O RS não é uma ilha’
Petista, que foi superado pelo tucano por pouco mais de 2.000 votos em 2 de outubro, tenta convencer o ex-governador a sair da neutralidade no segundo turno

O ex-governador Eduardo Leite (PSDB) quase não chegou ao segundo turno no Rio Grande do Sul. A distância que separou o tucano do candidato do PT, o deputado estadual Edegar Pretto, terceiro colocado, foi de pouco mais de 2 mil votos. Fora da disputa, o petista agora se posiciona contra Onyx Lorenzoni (PL), o candidato bolsonarista ao governo do estado, mas não declarou voto em Leite.
Pretto condiciona o apoio a um posicionamento favorável do ex-governador tucano à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o que não ocorreu — e, provavelmente, não irá ocorrer. “Leite tem que entender que o Rio Grande do Sul não é uma ilha. Ele, que quer ser governador, tem que fazer uma opção: com quem quer dialogar como presidente da República?”, afirmou Pretto a VEJA.
Edegar Pretto recebeu uma ligação de Leite poucos dias depois do primeiro turno. Na ocasião, o tucano afirmou que o apoio do PT seria importante na reta final, mas informou que preferia não se posicionar sobre a eleição presidencial. Leite apoiou Bolsonaro em 2018, mas hoje faz algumas críticas ao presidente. Ao mesmo tempo, ele precisa dos votos da esquerda no estado, mas também tem a simpatia de parte dos eleitores da direita e poderia sair prejudicado caso anunciasse apoio público a Lula.
“O Eduardo Leite sabe o que estamos enfrentando, ele sofre as consequências dessa onda fascista, sabe o que é o preconceito, a homofobia”, ressalta Pretto, que tem viajado pelo estado para conversar com membros da coligação do tucano. “Eu tenho essa esperança de que ele reveja a sua posição. Se ele declarasse apoio ao presidente Lula, eu faria o mesmo. Essa é a nossa decisão até aqui e vamos continuar na expectativa de que a gente possa contar com a sinalização da parte dele”, completa Pretto.