De coadjuvantes a protagonistas, o último round do primeiro turno
Ainda assim, polarização esteve presente desde o início do debate; mesmo quando a pergunta era entre os candidatos sem chance de chegar ao segundo turno

O presidente Jair Bolsonaro e os quatro candidatos que estavam no debate desta quinta-feira, 30, da TV Globo puseram o ex-presidente Lula em sua mira. Entre os dois primeiros colocados, os ataques foram intensos, com sete direitos de resposta concedidos aos dois já no primeiro bloco. Mas o que chamou atenção no último debate do primeiro turno foi o protagonismo dos candidatos que patinam nas pesquisas. Padre Kelmon (PTB), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB) e Felipe D’Avila (Novo) apareceram mais do que os principais adversários.
Em momento decisivo quando Lula apresenta ligeira vantagem sobre o presidente – que pode levar o pleito nacional a se encerrar no próximo domingo 2, Bolsonaro chamou Lula de “ex-presidiário” e “mentiroso”. Lula devolveu também em tom agressivo, sempre pedindo desculpas pelo nível do debate.
O momento de maior irritação do ex-presidente, no entanto, foi com o candidato Padre Kelmon, que fez perguntas sobre sua prisão e sobre as condenações sobre corrupção. Foi a hora em que o apresentador William Bonner desligou os microfones. Outro momento tenso foi quando Soraya chamou Kelmon de falso padre. Lula afirmou que o adversário estava “fantasiado de padre”. Até o quarto bloco, Lula não teve chance de perguntar a Bolsonaro.
A chuva no Rio atrapalhou a existência da tradicional claque, na entrada do Projac, em Curicica, na Zona Oeste do Rio. Havia cerca de trinta militantes petistas no acesso á entrada para os estúdios da TV Globo. Os candidatos debateram sem plateia e com o direito apenas dois assessores por intervalo para orientá-los. Para a emissora, foram autorizados a levar dez, que ficaram em seus camarins. Uma plateia com dezenas de repórteres brasileiros e internacionais assstia ao embate em TVs instaladas longe do estúdio.