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Crivella se atrasa para votar devido à greve de ônibus no Rio 

Em dia eleitoral, paralisação afetou transporte em bairros como Barra da Tijuca, Recreio, Jacarepaguá, Cidade de Deus, Rio das Pedras e Muzema

Por Marina Lang Atualizado em 29 nov 2020, 18h20 - Publicado em 29 nov 2020, 11h37

O atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos) se atrasou por 2h para votar neste domingo, 29, no 2º turno das eleições municipais da cidade. O mandatário justificou que o atraso ocorreu por causa de uma greve de ônibus deflagrada na madrugada de hoje.

VEJA apurou que, até cerca de 11h, a greve afetava, principalmente, alguns bairros da Zona Norte e vários da Zona Oeste do Rio – Crivella demonstrou preocupação com a última região, sobretudo. Maior colégio eleitoral da cidade, a Zona Oeste também é um dos redutos de votos do prefeito.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) não soube estimar quantos eleitores estão sendo afetados pela paralisação no transporte público, mas afirmou que já acionou a Polícia Federal para atuar na questão.

“Não é possível que as classes mais populares desses bairros fiquem sem transporte hoje”, declarou. De acordo com Crivella, entre 60% e 70% do transporte público em alguns bairros da Zona Oeste foi afetado – Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Freguesia, Taquara, Cidade de Deus, Rio das Pedras e Muzema foram os prejudicados. “São milhões de eleitores”, pontuou o prefeito.

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Apesar do problema no dia das eleições – e, também, pelo fato de aparecer atrás do adversário, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) em todas as pesquisas -, Crivella mantinha um semblante tranquilo e estava bem-humorado. Ele chegou à Escola Municipal Sérgio Buarque de Holanda, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio) às 10h acompanhado da mulher Sylvia Jane e do neto David.

“Uma inconformidade exatamente no dia da eleição. Isso é profundamente triste”, lamentou o prefeito sobre a greve, acrescentando que estava em reunião com a Secretaria Municipal de Transportes na tentativa de resolver o assunto.

A greve que prejudica os eleitores dessas regiões foi desencadeada por 2.500 funcionários do grupo Redentor, uma das empresas de ônibus que alimentam diversos bairros.

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De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb Rio), os grevistas reivindicam o pagamento do 13º salário em duas parcelas – a empresa propôs o parcelamento em oito vezes.

Em nota, o TRE-RJ informou que acionou a Polícia Federal para debelar a greve.

“A paralisação é ilegal e representa grave impedimento e embaraço às eleições. As lideranças do movimento serão responsabilizadas na forma da lei penal. A expectativa do Tribunal é que o funcionamento regular das linhas operadas pelas empresas de ônibus seja normalizado rapidamente”, diz o comunicado.

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Por volta das 11h de hoje, a greve foi interrompida devido a uma negociação do TRE com a empresa e o sindicato.

Crivella passará a tarde em casa, e depois irá a um culto da Igreja Universal do Reino de Deus na Barra da Tijuca às 18h – ele é bispo licenciado da congregação. Em seguida, ele deve acompanhar as apurações do quartel-general da sua campanha, também no bairro.

Otimismo e críticas às pesquisas eleitorais

 

Questionado por VEJA se já traçava algum plano em caso de uma eventual derrota, Crivella riu e respondeu: “ninguém casa pensando em divórcio. Não tem planos para divórcio”.

Apesar de todos os institutos de pesquisa indicarem que o ex-prefeito Eduardo Paes está na liderança, o atual mandatário afirmou que o 2º turno está “eletrizante”, citando uma carreata que fez ontem de Santa Cruz até a Linha Amarela. “Essa é a oitava eleição que eu disputo. Nunca vi uma adesão tão grande à nossa carreata”, garantiu. “Fiquei muito empolgado com a adesão das pessoas”, enfatizou.

Desde que passou para o 2º turno das eleições municipais, Crivella adotou um tom crítico em relação aos institutos de pesquisa. No 1º turno, as pesquisas apontavam que ele tinha cerca de 10% das intenções de voto. Após a adesão de líderes neopentecostais como o pastor R.R. Soares à campanha na última semana do pleito, contudo, Crivella cresceu e ampliou seu percentual: obteve 20% das intenções no resultado final.

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“Minha expectativa é ganhar. Nós estamos lutando para vencer. Lembre-se que as pesquisas do 1º turno sempre davam o Crivella com 10%, 11%, 12%. Havia uma expectativa de que a gente não fosse para o 2º turno. No final, tinha 20%. As pesquisas erram, as pesquisas têm equívocos”, declarou.

Em seguida, ele citou uma enquete virtual de uma emissora de rádio na qual, segundo ele, estava na frente. “Enquete digital. Vamos ver o resultado final nas urnas”, cravou. “Mas é muito, muito, muito importante que o transporte público seja restabelecido”, preocupou-se, acrescentando que sua votação na região “melhorou muito” por causa da interrupção de cobranças de pedágio na Linha Amarela e por conta de obras realizadas na Zona Oeste.

“A eleição aqui [nos bairros afetados pela greve] é uma eleição importante para os Republicanos. Perder ônibus nesse momento, realmente, prejudica”, calculou.

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Por volta das 12h deste domingo, tanto o TRE-RJ quanto o Sintraturb Rio informaram que o juiz auxiliar da Corregedoria Regional Eleitoral do Rio, Luiz Márcio Pereira, esteve na garagem em torno das 11h para mediar um acordo de conciliação entre as partes. A empresa se comprometeu com o pagamento do 13º salário em duas parcelas, e os grevistas estavam retornando ao trabalho.

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