‘CPI é por conta do Congresso, faça a hora que quiser fazer’, diz Lula
Em viagem a Portugal, presidente foi questionado sobre o GSI. 'Quando eu voltar vou tomar a decisão que eu achar mais importante', disse

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou se alongar sobre os últimos desdobramentos envolvendo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e os atentados aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro em seu primeiro pronunciamento durante viagem oficial a Portugal.
Em cerimônia com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa neste sábado, 22, Lula foi questionado sobre os próximos passos do GSI após a demissão do general Gonçalves Dias e a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de janeiro.
Lula disse o propósito da viagem era tratar de acordos com Portugal e que preferia não responder sobre questões da política do Brasil. “Quando eu voltar vou tomar a decisão que achar mais importante”, disse sobre o GSI.
Em relação à CPI, que vinha sendo defendida pela oposição e cuja abertura passou a ser apoiada também por governistas na última semana, o presidente disse que a decisão cabe ao Congresso. “CPI é por conta do Congresso Nacional. Decida quando quiser decidir. Faça a hora que quiser fazer. O presidente da República não vota no Congresso Nacional”.
Demissão do chefe do GSI
Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI, pediu exoneração na última quarta-feira após a CNN Brasil divulgar imagens da câmera de segurança do Palácio do Planalto que mostravam o general circulando pelo local no dia dos atentados do 8 de janeiro. As gravações também mostravam integrantes do GSI interagindo com os bolsonaristas radicais que invadiam o prédio e até oferecendo água a eles.
Convocado a depor à Polícia Federal na sexta-feira, Dias afirmou que estava retirando extremistas de um setor do Palácio do Planalto, mas não prendeu ninguém porque estava fazendo “gerenciamento de crise”.