Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Black Friday: 4 Revistas pelo preço de uma!

Contagem regressiva para Bolsonaro no STF será mais rápida que o normal

Publicação do acórdão pelo STF marca o início da contagem regressiva do ex-presidente

Por Matheus Leitão
Atualizado em 23 out 2025, 10h13 - Publicado em 23 out 2025, 10h10

Em pouco mais de um mês após a decisão da Primeira Turma, o acórdão agora publicado no Diário de Justiça transforma em prazo o que antes era apenas discurso. A partir desta quinta-feira, 23, começam a correr os cinco dias para que a defesa apresente os embargos de declaração. É um passo técnico, mas carregado de simbolismo: o tempo político do ex-presidente Jair Bolsonaro chegou ao fim — e o tempo jurídico começou a andar.

O acórdão da Ação Penal 2668 reafirma o que os ministros já haviam decidido em setembro: Bolsonaro foi considerado líder do núcleo central da tentativa de golpe de Estado, ao lado de sete aliados do primeiro escalão. O texto é explícito ao descrever uma estrutura hierarquizada e organizada, capaz de mobilizar recursos públicos e agentes civis e militares para desacreditar o sistema eleitoral e impedir a posse do presidente eleito.

As penas, que ultrapassam vinte anos nos casos mais graves, incluem perda de cargos e reparação de danos coletivos ao Estado. É a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é condenado por tentativa de subversão da ordem democrática, e com esse grau de detalhamento sobre o funcionamento interno da conspiração.

Mas o que importa agora é o compasso dos próximos dias. A defesa deve apresentar os embargos de declaração, recurso que serve para apontar omissões e contradições no texto, mas que raramente muda o mérito de uma decisão. Poderá, depois, tentar os embargos infringentes, um tipo de apelo que exige dois votos divergentes para levar o caso ao plenário. O problema é que houve apenas um — o do ministro Luiz Fux.

Na prática, a margem de manobra é mínima. O Supremo poderia ter esperado até dezembro para publicar o acórdão, já que o prazo regimental é de sessenta dias, mas escolheu não esperar. A cúpula da Corte fez o oposto do que as defesas esperavam e adiantou o relógio.

Continua após a publicidade

E é justamente esse relógio que domina o cenário. Cada ato processual — cada protocolo, cada prazo contado em horas úteis — é o som de um tic-tac que Bolsonaro já não controla. O tempo que antes se media por discursos inflamados, motociatas e mobilizações nas ruas agora se mede por despachos, assinaturas e carimbos.

Os próximos capítulos não prometem reviravoltas. Mesmo que os recursos sejam apresentados, não há caminho jurídico para o plenário. A execução da pena, quando ocorrer o trânsito em julgado, dependerá apenas da definição do regime inicial — fechado, como determina a lei para penas altas, salvo eventual consideração médica.

Em Brasília, a decisão foi lida como um ponto de inflexão institucional. Não apenas pela condenação em si, mas pela rapidez com que o Supremo transformou o julgamento em fato consumado. O caso Collor, julgado em 2023, levou mais de um ano para chegar ao mesmo ponto. Desta vez, foram quarenta dias.

Continua após a publicidade

O contraste é eloquente. Enquanto Collor usou o tempo a seu favor, Bolsonaro assiste ao tempo se virar contra ele. O relógio, que para muitos réus é sinônimo de espera, para o ex-presidente se tornou símbolo de encerramento.

É um cenário quase literário. O homem que fez do golpismo sua narrativa enfrenta agora o som da rotina processual — o ritmo implacável de um sistema que não precisa mais responder a ele. Em Diário de um Detento, Mano Brown escreveu: “O relógio na cadeia anda em câmera lenta”. No caso de Bolsonaro, anda no tempo exato da lei.

O país segue, e o tic tac do Supremo continua. A Bolsonaro resta esperar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.