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Como Lula se aproximou da família de Waguinho, ligada à milícia

Presidente conheceu atual ministra do Turismo durante o primeiro turno da campanha de 2022, em encontro articulado por Washington Quaquá no Rio

Por Ricardo Chapola e Marcela Mattos
7 jan 2023, 10h40

A nomeação da deputada federal, Daniela Carneiro (União-RJ) como ministra do Turismo jogou luz  sobre as ligações mantidas pela família da parlamentar com parte da milícia no Rio de Janeiro. A conexão desencadeou críticas de todos os lados, como também expôs uma contradição do governo Lula, por ter sempre feito frente às supostas relações entre Bolsonaro e os milicianos fluminenses. Lula manteve a indicação, ainda que tivesse conhecido pessoalmente a deputada federal somente no ano passado, durante o primeiro turno das eleições.

A reunião em que os dois foram apresentados aconteceu no Rio de Janeiro, durante uma das passagens de Lula por lá. O responsável pela articulação desse encontro foi Washington Quaquá, deputado federal eleito, e liderança influente do PT no estado. Na época, Lula e Bolsonaro estavam prestes a disputar o segundo turno e já estudavam estratégias eleitorais, dentre as quais concentrar esforços para aumentar a votação no Rio de Janeiro.

Daniela é mulher do prefeito de Belford Roxo, Waguinho. O casal, segundo aliados de Lula, foi fundamental para a vitória do petista nas eleições na região da Baixada Fluminense, onde, na época, Bolsonaro também planejava intensificar sua campanha. Dentro do União Brasil, partido ao qual ambos estão filiados, Daniela e Waguinho foram dos poucos que fizeram campanha aberta ao PT no segundo turno do ano passado – o que lhes garantiu espaço na Esplanada. Deputada federal mais votada do Rio de Janeiro, Daniela assumiu o Ministério do Turismo e deixará a vaga no Congresso ao seu suplente: Ricardo Abrão, deputado estadual do Rio, ligado a bicheiros da Baixada Fluminense.

A futura parlamentar foi escolhida também por reunir outras características consideradas importantes para o PT: ser mulher e, de quebra, também evangélica.

Coordenador da campanha de Lula no Rio, Quaquá tem aliança política com a família desde 2020. Na época, ele foi um dos únicos quadros do PT a apoiar a candidatura de Waguinho à prefeitura de Belford Roxo, motivo pelo qual se tornou alvo de críticas dos próprios companheiros de legenda. “Os dois sempre ajudaram muito o PT. Em 2014, na eleição da Dilma, graças a eles, recebemos 73% dos votos na cidade”, afirmou.

Antes de os laços de Daniela com a milícia virem à tona, o nome dela já enfrentava algumas resistências por parte de aliados de Lula que também cobiçavam o cargo no Turismo. Um deles era o deputado federal Marcelo Freixo, acomodado na presidência da Embratur, cargo subordinado à ministra. No passado, Freixo ajudou a criar uma CPI na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em cujo relatório, aliás, o miliciano de quem Daniela é próximo foi citado.

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