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Como governo, partidos e oposição reavaliam estratégias para 2026 após 1º turno

Pode-se perder uma e ganhar a outra, evidente, mas é um erro negligenciar os recados passados pelas urnas

Por Da Redação Atualizado em 11 out 2024, 11h09 - Publicado em 11 out 2024, 06h00

As urnas falam, às vezes até gritam, mas as mensagens nem sempre são devidamente compreendidas. No domingo 6, mais de 120 milhões de eleitores compareceram aos postos de votação de 5 569 municípios do país para escolher seus prefeitos e vereadores. O resultado do primeiro turno permite algumas constatações. No campo ideológico, a esquerda encolheu, a centro-direita ampliou ainda mais sua área de influência e a direita mostrou que é uma força política em ascensão. Pelo lado partidário, o PT sofreu uma derrota acachapante, reduzido a comandar 248 prefeituras que, somadas, reúnem menos de 7 milhões de habitantes. No primeiro pleito depois da criação do chamado orçamento secreto, também ficou comprovado que, nos rincões, as verbas enviadas por deputados e senadores a seus redutos se consolidaram como um poderoso instrumento de conquista e de manutenção do poder. Nas capitais, São Paulo surpreendeu o país ao mostrar que há espaço político para uma direita ainda mais radical e disposta a toda sorte de golpes baixos contra os adversários. E o bolsonarismo, apesar dos reveses, não está morto.

Mesmo diante de todos esses fatos concretos, para o presidente Lula, o resultado do primeiro turno não representou uma derrota do governo, da esquerda e nem mesmo do seu partido, o PT, que ficou apenas na nona colocação no ranking das legendas que mais conquistaram prefeituras, atrás até mesmo do moribundo PSDB. O mandatário e alguns de seus auxiliares chegaram a fazer um balanço positivo e ensaiaram uma comemoração que, ao final, não aconteceu, até porque não havia nada a comemorar. Lula não foi o poderoso cabo eleitoral que prometia ser em grandes cidades. Em São Paulo, onde se comprometeu a apoiar o candidato Guilherme Boulos (PSOL), fez gestos tímidos na campanha por medo de ser associado a uma eventual derrota. Agora, a promessa é a de que ele fará de tudo para ajudar Boulos a obter uma difícil vitória na cidade, pois sabe que um resultado assim fará mudar bastante o balanço final das eleições.

Ironicamente, tendo em conta as dificuldades da esquerda e do PT, no rol de vencedores do último domingo destacam-se legendas que fazem parte do governo Lula. Nenhuma delas, no entanto, tem compromisso com a reeleição do presidente. E a maioria não descarta a possibilidade de lançar um nome para concorrer contra o petista em 2026, a depender do rumo dos ventos. É fato que o resultado de um pleito municipal pode não ter relação direta com o que vai acontecer nas eleições gerais dois anos depois. Pode-se perder uma e ganhar a outra, evidente, mas é um erro negligenciar os recados passados pelas urnas. Um deles é claro: o Brasil está caminhando cada vez mais para a direita e, nesse campo, começam a surgir novas forças dispostas a disputar espaço com as lideranças já estabelecidas. São peças importantes de um xadrez político que começa a se movimentar, de olho em 2026.

Publicado em VEJA de 11 de outubro de 2024, edição nº 2914

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