Como a campanha de Lula avalia a denúncia de Bolsonaro sobre inserções
Equipe de Bolsonaro diz ao TSE que houve irregularidades na propaganda eleitoral no rádio, mas tribunal rejeitou pedido de investigação

Integrantes da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva estão convencidos que as denúncias de supostas irregularidades nas inserções de rádio serão usadas para atacar a Justiça Eleitoral e justificar uma eventual derrota do presidente Jair Bolsonaro no segundo turno.
A campanha de Bolsonaro afirmou ao TSE na segunda-feira, 24, que o presidente teve 154 mil inserções a menos que o petista em rádios do Nordeste. A denúncia tem como base dados coletados pela empresa Audiency Brasil Tecnologia. Porém, quatro emissoras disseram que não receberam o material e alegam ter procurado a própria coligação do presidente.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos coordenadores da campanha de Lula, disse a VEJA que acredita que a denúncia será usada como justificativa por Bolsonaro, em caso de derrota, para alegar, mesmo sem provas contundentes, que o adversário foi beneficiado. Em uma publicação nas redes sociais, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o presidente quer “bagunçar a eleição outra vez” e criar confusão. “Fez acusação sem provas sobre propaganda eleitoral em rádios, tomou uma invertida do TSE e agora quer jogar a culpa nos outros”, postou.
A equipe de Lula acredita, no entanto, que as denúncias não têm impacto direto na disputa e servem apenas para inflar a base bolsonarista. “Mais uma tentativa desesperada dele de tentar mudar a pauta. Nos últimos dias só teve notícia ruim para o Bolsonaro. A gente conseguiu falar das nossas ideias e ele teve que ficar se defendendo“, afirma Juliano Medeiros, presidente do PSOL, que integra a coligação de Lula.
Nesta quarta-feira, 26, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rejeitou o pedido de Bolsonaro para que fossem investigadas supostas irregularidades nas inserções e disse que não há qualquer comprovação de fraude. O ministro afirma ainda que a campanha do presidente tenta tumultuar as eleições e pediu que o caso seja anexado ao inquérito das fake news no STF. Após a decisão de Moraes, Bolsonaro declarou que vai recorrer até as “últimas consequências”.