Comitê anticrise recomenda à Sabesp reduzir fornecimento em SP
Nível do Sistema Cantareira chegou a 16,4% nesta sexta-feira; se companhia optar por acatar sugestão, racionamento seria inevitável
Por Da Redação
28 fev 2014, 10h51
O comitê anticrise responsável pelo monitoramento do nível de água do Sistema Cantareira decidiu que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deve reduzir a captação para abastecer a Grande São Paulo. Caso essa diminuição venha a ocorrer, o racionamento de água será inevitável – afinal, haverá do redução do volume de água distribuído na região, minguando o que sai pela torneira. Nesta sexta-feira, o Sistema Cantareira voltou a registrar queda do nível de água, para 16,4% da capacidade total de armazenamento. A represa Jaguari, uma das que compõem o sistema, chegou a 11,68%. Esse é o pior nível de seca já registrada em toda a história do sistema desde que as medições começaram a ser feitas, em 1974.
Os técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) que compõem o grupo defendem, desde a última semana, a redução do volume de água do sistema destinado ao abastecimento de 8,8 milhões de pessoas na Região Metropolitana. Em caso de desabastecimento, cidades do interior, como Campinas e Piracicaba, também serão prejudicadas. O volume de captação a ser reduzido impediria que os níveis atuais de abastecimento à Grande São Paulo fossem mantidos. Consequentemente, a Sabesp teria que adotar o racionamento.
Evitando ao máximo adotar a medida, a Sabesp anunciou nesta quinta-feira a compra de vinte bombas e o início das obras para captar o “volume morto” – parcela de água utilizada somente em situações de emergência – das represas que fazem parte do sistema. Os reservatórios são responsáveis pelo abastecimento da capital e outros dez municípios da Grande São Paulo. A previsão é que a água do “volume morto” comece a ser captada daqui a sessenta dias. A compra das bombas custou 80 milhões de reais.
Segundo a presidente da Sabesp, Dilma Pena, as bombas serão instaladas nas represas Jaguari/Jacareí e Atibainha, que fazem parte do Sistema Cantareira. “É importante a população saber que a Sabesp está tomando todas as medidas para garantir o abastecimento. Agora, é muito importante que a população diminua o consumo”, disse Dilma, que classificou o atual momento como um “crise hídrica”.
“Se chover nos próximos meses uma quantidade significativa, não será necessário usar o ‘volume morto’. Somente com gestão de demanda, com o desconto que temos dado e com a gestão do sistema passaremos o ano muito bem”, garantiu Dilma. A presidente da Sabesp se refere ao desconto aplicado aos consumidores que reduzirem o consumo de água em 20%. Quem atingir a meta de redução terá um desconto de 30% no valor da conta.
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Racionamento – Questionada diretamente sobre o risco de racionamento, Dilma afirmou: “Estamos fazendo todo o esforço para garantir o abastecimento de água. A população respondeu muito bem. Essa semana, só com o bônus e o chamado à conscientização da população, a produção de água até hoje (quinta-feira) foi 3 metros cúvicos por segundo menor”. afirmou.
Entretanto, a Sabesp só é obrigada a diminuir a captação quando o texto da resolução for assinado pelo presidente da ANA e publicado. Para decidir sobre diminuição da captação, o comitê teve base em simulações realizadas este mês que projetaram a seca do Sistema Cantareira já para o início de agosto. O Sistema Cantareira é coordenado pela ANA, do governo federal, e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee), do governo paulista.
Divergências – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o racionamento estava “totalmente descartado”. Entretanto, na semana passada, voltou atrás, e afirmou que racionamento de água será uma decisão técnica.
(Com Estadão Conteúdo)
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