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Cid Gomes, Witzel e Pezão também foram alvo do hacker ‘Vermelho’

O laptop atribuído a Delgatti expõe dezenas de atalhos com nomes de autoridades; PF investiga se as mensagens foram capturadas

Por Da Redação Atualizado em 1 ago 2019, 12h56 - Publicado em 1 ago 2019, 12h50

O senador Cid Gomes (PDT-CE) também foi alvo do hacker Walter Delgatti Neto, que admitiu ter invadido contas de autoridades no aplicativo Telegram. A área de trabalho de um laptop atribuído a “Vermelho”, como ele é conhecido, expõe dezenas de atalhos com nomes de autoridades, como Witzel — possivelmente o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) — e o ex-governador de Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB).

Cid afirmou que isso reforça sua posição de que é preciso investigação ampla em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso. “Ao que parece, são quatro pessoas que estão muito longe de serem especialistas. Se estão fazendo isso, pessoas com maior conhecimento podem fazer muito mais”, disse o senador.

A Polícia Federal apura se as mensagens foram capturadas, de fato, ou se houve apenas uma tentativa. Delgatti tinha em seu poder os números de telefone de parte da cúpula do governo Bolsonaro — entre eles o do general Luiz Eduardo Ramos, que acabou de ser nomeado ministro da Secretaria de Governo, e do vice-presidente Hamilton Mourão, além do general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Membros da Justiça Eleitoral também tiveram celulares invadidos. Há uma pasta com o nome Flávio Britto, desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, e outra com Luciana Lóssio, ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral. O empresário Abílio Diniz é outro que tem o nome relacionado. Há uma lista com 60 nomes de autoridades encontrada no computador pessoal do hacker.

Delgatti foi preso na útlima terça-feira, 23, na Operação Spoofing da Polícia Federal, junto a Danilo Cristiano Marques, Gustavo Santos e Suelen Oliveira. De acordo com as investigações, a invasão aconteceu a partir do acesso a um código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram para entrar na conta do aplicativo. A prisão temporária dos quatro vence nesta quinta-feira, 1º.

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Cadeia de invasões

Delgatti afirmou à PF que o primeiro alvo de seu ataque foi o promotor de Justiça Marcel Zanin Bombardi, responsável pelo oferecimento de uma denúncia contra ele pelo crime de tráfico de drogas, relacionado a medicamentos. À PF, o hacker afirmou que resolveu atacar o aparelho de Bombardi por atos que ele considerava “ilícitos” cometidos pelo promotor.

As conversas de Bombardi no aplicativo de mensagens Telegram foram armazenadas por ele em seu notebook. Delgatti disse que não publicou o conteúdo das mensagens por “temer ser vinculado ao ataque”, tendo em vista que morava em uma “cidade pequena” e ser conhecido por ter “conhecimento avançado em informática”.

A partir da lista de contatos de Marcel Zanin Bombardi, Delgatti iniciou uma série de invasões. Primeiro, por meio da conta de um procurador da República, ele teve acesso ao “Valoriza MPF”, grupo criado pelo procurador regional da República José Robalinho Cavalcanti. Um dos participantes do grupo, que não teve sua identidade revelada, tinha, em sua agenda, o telefone do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP). Através do celular do parlamentar, o hacker chegou ao número do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A invasão ao aparelho de Moraes forneceu a Delgatti Neto o telefone do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Por meio da agenda de Janot, obteve o número de membros da força-tarefa da Lava Jato, como os procuradores Deltan Dallagnol, Orlando Martello Júnior e Januário Paludo.

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Segundo Delgatti Neto, o acesso aos telefones das autoridades ocorreu entre março e maio de 2019, e que somente armazenou o conteúdo das conversas dos membros do Ministério Público do Paraná, porque, em sua avaliação, constatou “atos ilícitos” dos procuradores.

Delgatti chegou ao número de Sergio Moro através da agenda de Dallagnol. O hacker, então, obteve o códio utilizado pelo Telegram para criar uma conta vinculada ao atual ministro da Justiça. Delgatti ressaltou que não obteve nenhum conteúdo da conta de Moro no aplicativo de mensagens.

Leia aqui a íntegra do depoimento.

(Com Estadão Conteúdo)

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