Cenário para reforma da Previdência ‘está muito melhor’, diz Maia
Alteração de trechos do projeto original e nomeação de deputado do 'centrão' para comandar o Ministério das Cidades amorteceram a base aliada
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou nesta segunda feira que alguns líderes partidários na Casa estão mais suscetíveis a apoiar o governo do presidente Michel Temer (PMDB) na reforma da Previdência. O Ministério da Fazenda fez alterações no texto original para atender à base aliada e o presidente nomeou, para o Ministério das Cidades, o deputado Alexandre Baldy (PP-GO), um integrante do chamado “centrão”, grupo que estava descontente com o espaço no governo.
“A verdade é que, em relação a três semanas atrás, está muito melhor. Líderes que estavam radicalmente contra entendem que precisam conversar com as bancadas para conseguir o número”, disse Maia, depois de conceder entrevista no seminário Amarelas ao Vivo, promovido por VEJA nesta segunda-feira em São Paulo.
O presidente da Câmara deu a entender, no entanto, que as mudanças feitas pelo governo no texto podem não ter sido suficientes para reunir os 308 votos necessários à aprovação da reforma.
Segundo Maia, um dos pontos que ainda geram discórdia entre os deputados é a ausência de uma regra de transição para servidores que ingressaram no serviço público antes de 2003. “Eu vou votar o texto que tiver condição de votar (…) arrumar 308 votos em um momento de dificuldades políticas não é fácil”, disse.
A um mês do recesso parlamentar e em véspera de ano eleitoral, Rodrigo Maia diz que a aprovação da reforma ainda em 2017 na Casa “não é um calendário simples para se trabalhar, mas é o que temos”.