Cármen Lúcia toma posse no TSE e discursa contra ‘algoritmo do ódio’
Nova presidente da Corte alertou para as 'mentiras digitais' e exaltou atuação de Moraes. Magistrada vai comandar o tribunal durante as eleições

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia tomou posse nesta segunda-feira, 3, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em sessão solene no plenário da Corte, em Brasília. Em seu discurso, a magistrada exaltou a atuação “firme e rigorosa” de Alexandre de Moraes no cargo durante as eleições de 2022 e advertiu contra o “algoritmo do ódio” e as “mentiras digitais”, em uma crítica ao uso das redes sociais para propagação de fake news.
Cármen Lúcia vai comandar a Justiça Eleitoral durante a realização das eleições municipais deste ano. Na cerimônia, também foi empossado como vice-presidente do Tribunal o ministro Kássio Nunes Marques. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades estiveram presentes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou à coluna Radar que não recebeu o convite para participar da solenidade. “Não chegou o convite. Não vou onde não sou convidado”, disse ele.
Cármen Lúcia sucede a Alexandre de Moraes, que falou rapidamente no início da cerimônia e declarou que era uma “grande honra e alegria” transmitir o cargo à ministra. A nova presidente do TSE, por sua vez, elogiou a postura do seu antecessor.
“A atuação deste grande ministro Alexandre de Moraes foi determinante para a realização de eleições seguras, sérias e transparentes em momento de grande perturbação provocada pela ação de antidemocratas que buscaram quebrantar os pilares das conquistas republicanas dos últimos quarenta anos”, afirmou Cármen Lúcia. “Não ter tido êxito aquela empreitada criminosa foi tarefa de muitos, especialmente do STF e deste TSE, com destaque que ficará para sempre creditado à ação firme e rigorosa do ministro Alexandre de Moraes.”
‘Algoritmo do ódio’
Em seu pronunciamento, a magistrada fez um alerta sobre as “mentiras digitais” e a “falsa unanimidade em bolhas” em redes sociais. “O algoritmo do ódio, invisível e presente, senta-se à mesa de todos. É preciso ter em mente que ódio e violência não são gratuitos. Instigados por mentiras e vilanias, reproduzem-se. Esses ódios parecem intransponíveis – não são”, discursou. “Contra o vírus da mentira, há o remédio eficaz da liberdade de informação séria e responsável.” Em seguida, afirmou: “A mentira espalhada pelo poderoso ecossistema digital das plataformas é um desaforo tirânico contra a integridade das democracias.”
Confira como foi a cerimônia: