Candidato de Bolsonaro promete Guarda Municipal armada no Rio
Alexandre Ramagem disse que quer os sete mil agentes da corporação utilizando armamento para ajudar no combate à criminalidade no município
Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o pré-candidato à prefeitura do Rio, deputado Alexandre Ramagem (PL), prometeu empenho para permitir o uso de armas de fogo pela Guarda Municipal, caso vença as eleições marcadas para outubro.
Atualmente, os sete mil homens da corporação são autorizados a usar somente armamentos não letais em serviço, como tasers e cassetetes. “Precisamos armar a Guarda Municipal, revitalizar a corporação. O prefeito (Eduardo Paes) acabou com a credibilidade dela”, disse o pré-candidato durante um encontro com empresários em Brasília.
Permitir que guardas municipais do Rio utilizem armas de fogo não é um tema novo na política local. No ano passado, a Justiça do Rio proibiu que os agentes da corporação fossem autorizados a usar armamentos desse tipo. A decisão ocorreu no âmbito de uma ação movida pelo PSD, partido de Eduardo Paes, na qual a sigla solicitava essa permissão. No site da corporação, ela é apresentada como “a maior guarda municipal desarmada do País”.
Embate na Câmara de Vereadores é antigo
A polêmica continua. A Câmara de Vereadores do Rio deve votar ainda no primeiro semestre um projeto de lei que autoriza que a guarda municipal trabalhe armada. A proposta já entrou na pauta 17 vezes desde que foi apresentada, em 2018. O autor do texto é o ex-vereador Jones Moura e mais 20 coautores, entre eles Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o governador Cláudio Castro (PL), que assinou o projeto quando ainda era parlamentar.
A cidade do Rio de Janeiro é uma das poucas capitais brasileiras onde os guardas municipais ainda trabalham desarmados. Em São Paulo, a corporação atua com uso de armas de fogo desde sua criação, em 1986. Hoje, os guardas são autorizados a utilizar até mesmo fuzis em serviço.
No encontro de Brasília, além de prometer esforço para emplacar essa pauta, Ramagem também fez uma série de críticas a Paes, seu principal adversário na disputa. Para o parlamentar, o prefeito é um dos responsáveis pela “desgraça” que se encontra a cidade em termos de segurança.