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Candidato a vice de Bolsonaro, Mourão defende redução do Bolsa Família

General da reserva disse ter sido "infeliz" durante uma palestra em 2017 ao admitir a hipótese de uma intervenção militar no Brasil

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 ago 2018, 17h24

Apresentado oficialmente como candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB) defendeu “a ascensão pelos seus próprios méritos e não por esmolas” e disse ter sido “infeliz” durante uma palestra em 2017 quando admitiu a hipótese de uma intervenção militar no Brasil. Questionado se as suas declarações têm relação com o programa Bolsa Família, Mourão defendeu que a retomada do crescimento econômico do Brasil represente uma redução nos beneficiários do projeto.

“Não podemos manter parcela significativa da população eternamente recebendo doações do governo. Se atribui uma frase ao presidente [Ronald] Reagan que o melhor plano de apoio à população é aquele que você o número das pessoas que saem. Temos que crescer, dar emprego, que as pessoas tenham dignidade. Dar saúde e educação. A partir daí é o que eu chamo de colocar todas as pessoas na linha de partida”, afirmou.

O general da reserva afirmou que o programa será mantido em um eventual governo Bolsonaro, mas que acha natural que as pessoas gradualmente deixem o Bolsa Família conforme haja a recuperação do emprego. “Tem que ser mantido por enquanto. A partir do momento que a gente conseguir fazer o país crescer, onde houver emprego para todo mundo, é óbvio que as pessoas irão pouco a pouco saindo do programa. O que eu estou dizendo é que, a partir do momento em que houver emprego, as pessoas terão outras formas para se sustentarem”.

‘Infeliz’

Sobre ter admitido, em 2017, que uma intervenção militar poderia ser necessária se os poderes não conseguissem resolver a crise política e institucional do Brasil, Mourão afirmou que “não foi feliz”. “Eu não fui feliz naquela ocasião. Se vocês olharem dentro da visão militar, as Forças Armadas são responsáveis pela garantia dos poderes constitucionais e garantia do poder e da ordem. Você está falando em garantir a democracia e a paz social. São objetivos do nosso país. Democracia só se sustenta pelo primário da lei, se não é a barbárie. E as Forças Armadas não podem permitir que isso ocorra”.

Já em relação a uma entrevista recente, na qual afirmou que os apoiadores de Bolsonaro apresentam um radicalismo “meio boçal”, Hamilton Mourão afirmou que as suas palavras não foram transcritas na íntegra e que, por isso, foi “mal interpretado”. “O que eu disse é que todo radicalismo é ruim. Os brasileiros têm que estar unidos”, completou.

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