Câmara do Rio abre processo que pode cassar bolsonarista Gabriel Monteiro
Vereador e PM é acusado de estupro, assédio moral e de manipular os vídeos que o projetaram para a política
Menos de um ano depois de cassar o mandato de Dr. Jairinho, acusado de matar e torturar o enteado de 4 anos, a Câmara do Rio deu início na tarde desta terça-feira, 5, a um processo disciplinar que pode fazer outro vereador perder o cargo. Gabriel Monteiro (PL), que também é policial militar e youtuber, é acusado de assédio moral e sexual por várias vítimas, além de ter manipulado os vídeos que o fizeram se projetar para a política. O Conselho de Ética da Casa aprovou por unanimidade a abertura da representação contra o correligionário do presidente Jair Bolsonaro.
As principais revelações contra Monteiro foram veiculadas pelo programa Fantástico, da TV Globo. Elas vão desde manipulações em vídeos para provar seu ponto de vista – inclusive com crianças filmadas – até estupro. Há também a acusação de ter forjado um atentado a tiros contra o próprio carro, o que foi contado por ex-assessores.
“O pedido na representação é pela cassação do mandato. Por uma questão de quebra de decoro parlamentar”, afirmou o vereador Alexandre Isquierdo, presidente do colegiado de sete integrantes, que estima um prazo de 90 dias para a conclusão do caso. O principal motivo foram os vídeos armados.
Agora, a representação será encaminhada pela Mesa Diretora à Comissão de Justiça e Redação, que a analisará em até cinco dias úteis. Dali, estando tudo certo do ponto de vista jurídico, o documento volta ao Conselho de Ética, que sorteia um relator e notifica o vereador para apresentar sua defesa em até dez dias úteis. A fase de instrução do processo pode durar até 45 dias.
Depois dela, o relator dá o parecer favorável ou contrário ao andamento da denúncia, que será analisado pelo próprio Conselho antes de seguir para o plenário, caso seja aprovado. No plenário, são necessários dois terços dos votos – 34 vereadores – para cassar o mandato.
Monteiro foi eleito pelo PSD em 2020, mas migrou na janela partidária deste ano para o novo partido do clã Bolsonaro. Nos vídeos – agora comprovadamente manipulados – que o fizeram famoso, o PM aborda temas morais e tenta desconstruir argumentos da esquerda.
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