Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Câmara aprova novo Código Eleitoral, mas exclui quarentena a juízes

Projeto prevê mudanças que impactam o processo eleitoral, como censura a pesquisas eleitorais e flexibilização da transparência na publicidade de gastos

Por Da Redação 9 set 2021, 20h38

O texto-base do novo código eleitoral em tramitação na Câmara dos Deputados foi aprovado nesta quinta-feira, 9, pelo plenário da Casa por ampla maioria, 378 votos favoráveis e 80 contrários.

O documento tem mais de 900 artigos e foi apresentado pela relatora Margareth Coelho, do PP do Piauí, que argumentou que um dos princípios do projeto é o de reduzir a judicialização das eleições.

Os parlamentares retiraram do texto a quarentena para policiais, militares e juízes se candidatarem. O período estipulado era de cinco anos. Deputados da bancada da segurança pública e outros tentaram, por meio de destaques, liderar a mobilização para anular as restrições previstas a agentes do Judiciário e das forças policiais.

Durante a fase inicial de deliberação dos destaques, a maioria da Casa rejeitou o pleito e manteve a ideia da quarentena. Mas a situação mudou depois da aprovação de uma emenda que privilegiava juízes, promotores e membros do Ministério Público. A partir daí, várias bancadas começaram a mudar de posição, sob argumento de que seria necessário derrubar a quarentena de modo geral com o objetivo de garantir a isonomia no processo eleitoral. Dessa forma, as restrições foram anuladas para militares da União, dos estados e do Distrito Federal, assim como para os integrantes das guardas municipais, das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Ferroviária Federal. A regra, caso tivesse sido mantida, só valeria a partir de 2026.

O projeto também proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais no dia e na véspera das disputas eleitorais, sob o argumento de que isso poderia ter efeitos sobre o voto do eleitor no momento mais próximo de sua decisão.

A proposta também reduz o prazo da Justiça Eleitoral para a análise da prestação de contas dos partidos de cinco para dois anos, “sob pena de extinção do processo”. Ou seja, se a Justiça não conseguir concluir a análise em até dois anos, a verificação pode não mais ser feita, dificultando a fiscalização.

Continua após a publicidade

Outra das mudanças reduz de cinco para três anos o prazo para a Justiça Eleitoral julgar as prestações de contas, que passam a ser processos administrativos. Já a multa por irregularidades na prestação de contas passa a ser 5% do valor irregular e não mais 20%, como é hoje.

O novo código eleitoral ainda estabelece o limite de oito anos para perda dos direitos políticos devido à lei da ficha limpa. Hoje, devido aos procedimentos judiciais, esse tempo pode ser maior.

A matéria ainda permite a criação de federações partidárias, quando partidos poderão se unir para disputar eleição desde que permaneçam unidos por todo o mandato de quatro anos com a mesma plataforma política.

Os únicos partidos que se manifestaram contra o texto foram o Novo, a Rede e o PSOL. Adriana Ventura, deputada do Novo de São Paulo, citou o que considera alguns problemas do projeto como as mudanças na prestação de contas, que vão comprometer a transparência e a criação de federações que funcionam como as antigas coligações.

O projeto ainda determina que os votos depositados em mulheres e negros valem por dois para efeitos da distribuição dos recursos do Fundo Eleitoral, como forma de aumentar a participação dessas populações na política. Ao aprovar um destaque apresentado pelo PSB, o plenário estendeu essa regra também para candidatos indígenas.

Continua após a publicidade

Além disso, o novo código aumenta de cinco para dez o número mínimo de parlamentares que partidos precisam ter na Câmara para garantir uma vaga nos debates eleitorais em rádios e televisões, motivo que levou o PSOL a votar contra o projeto.

O texto ainda cria mecanismos contra as Fake News nas eleições ao autorizar a Justiça Eleitoral que suspenda perfis identificados como robôs nas redes sociais durante a eleição.

O tema segue para o Senado. Para valer nas eleições de 2022, deve ser aprovado até o final de setembro nas duas casas.

Com Agência Brasil

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.