Bretas dá liberdade a irmão de doleiro solto por Gilmar Mendes
Juiz entende que seria 'injusto' manter Roberto Rzezinski preso depois de ministro converter prisão de Marcelo Rzezinski em medidas alternativas

Depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinar, na sexta-feira, 22, a soltura do doleiro Marcelo Rzezinski, um dos alvos da Operação Câmbio, Desligo, o juiz federal Marcelo Bretas decidiu estender o benefício ao irmão de Marcelo, Roberto Rzezinski, também detido na ação que mirou doleiros que operam no mercado ilegal de câmbio.
Em decisão assinada nesta segunda-feira, 25, Bretas entendeu que seria “injusto” manter Roberto preso, já que os crimes atribuídos a ele e ao irmão são “semelhantes”. “Além do que, o Ministério Público Federal atribuiu a Marcelo Rzezinski a posição de maior relevância no esquema criminoso supostamente instaurado pelos irmãos, recaindo sobre ele condutas em tese mais gravosas do que as atribuídas a Roberto”, completou o juiz federal.
Assim como Gilmar, Bretas aplicou a Roberto Rzezinski medidas alternativas à prisão. Ele está proibido de manter contato com os demais investigados na Câmbio, Desligo, e deve entregar o passaporte nas próximas 48 horas.
Marcelo e Roberto Rzezinski estão entre os 62 denunciados pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro que se tornaram réus em uma ação penal perante a 7ª Vara Federal Criminal do Rio, da qual Marcelo Bretas é o juiz titular.
Os irmãos Rzezinski são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de lavar cerca de 2 milhões de dólares por meio de operações de dólar-cabo, transações que envolvem “compra” ou “venda” de dólares no exterior. Segundo o MPF, Roberto e Marcelo atuavam na “venda” da moeda, isto é, entregavam dólares em contas de doleiros no exterior e recebiam, no Brasil, o valor correspondente em reais. Este tipo de operação é normalmente utilizado por empresários que necessitam de dinheiro vivo para corromper políticos.
A Operação Câmbio, Desligo, que prendeu 33 doleiros no dia 2 de maio, foi deflagrada a partir das delações premiadas dos doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barboza, o Tony.
Antes de Marcelo Rzezinski, Gilmar Mendes já havia determinado a soltura de outros cinco alvos da Operação Câmbio, Desligo: Rony Hamoui, Paulo Sérgio Vaz de Arruda, Athos Roberto Albernaz Cordeiro, Antonio Albernaz Cordeiro e Oswaldo Prado Sanches.
Outros doze investigados, incluindo o doleiro Dario Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros”, continuam foragidos das autoridades brasileiras.