Brasília tem revista contra explosivos e gritos pró-Bolsonaro e contra STF
Menções a uma suposta ameaça comunista e palavras de ordem em favor de "eleições limpas" compõem o cenário do desfile cívico

A Esplanada dos Ministérios, região central de Brasília onde será realizado nesta quarta-feira, 7, o desfile cívico do Dia da Independência tem barreiras de revista a pessoas e a usual verificação da existência de explosivos nos palanques que abrigarão autoridades e, a partir das 8h30, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL). O 7 de Setembro, considerado crucial para a campanha do ex-capitão para tentar demostrar força política a menos de um mês do primeiro turno, é monitorado de lupa por autoridades, com destaque para o Supremo Tribunal Federal (STF), alvo preferencial da manifestação de 2021, quando Bolsonaro subiu o tom contra magistrados da Corte e, em especial, contra o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que miram a família e apoiadores presidenciais.
Cavalo de batalha de Bolsonaro em sua cruzada de ataques às instituições, menções a uma intervenção contra o Supremo e em favor de “eleições limpas”, expressão cifrada para dar voz à contestação de uma suposta fragilidade nas urnas eletrônicas, foram colocadas na arquibancada diante do palanque designado a autoridades. Entre o público, o mote “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” divide nesta manhã espaço com o slogan bolsonarista “A nossa bandeira jamais será vermelha” e com cartazes contra uma suposta ameaça comunista.
A Polícia Militar de Brasília montou barreiras na Esplanada, região que dá acesso ao Congresso Nacional e ao STF, ainda de madrugada para revistar todas as pessoas que estão descendo para celebrar o feriado. Como ocorreu em outros anos, bolsas, sacolas, caixas de isopor e bandeiras são vistoriados. Objetos metálicos são proibidos, e garrafas de água, só plásticas. Passava pouco das 6h30 quando as arquibancadas do desfile militar começaram a lotar com a maioria das pessoas trajando verde e amarelo. Há gritos em favor de Jair Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas de intenção de votos, e protestos contra o Supremo em inglês e francês.