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Braga Netto é o ‘seguro-impeachment’ de Bolsonaro

O general não agrega votos, mas, no imaginário do presidente, servirá como um escudo de proteção contra investidas dos adversários

Por Leonardo Caldas
Atualizado em 18 set 2022, 20h21 - Publicado em 18 set 2022, 20h20

O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou quem seria o seu candidato a vice pouco antes do fim do prazo legal de registro. Muitos acreditavam que a escolha deveria recair sobre uma mulher para atrair o eleitorado feminino. A ala política do governo preferia a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS) para o posto. Ligada ao agronegócio e ao meio empresarial, Tereza certamente seria importante para conquistar votos em nichos onde o presidente encontra resistências, como no eleitorado feminino, mas acabou como candidata ao Senado por seu estado.

Bolsonaro contrariou a expectativa até mesmo do centrão ao optar pelo general Walter Braga Netto (PL). Assim como o general Hamilton Mourão (Republicanos), o atual vice, Braga Netto não está ao lado do presidente pelos votos que pode angariar, mas sim como uma espécie de redoma para protegê-lo de investidas contra seu mandato. No imaginário do ex-capitão, caso seja reeleito, seus adversários tentarão destituí-lo de alguma maneira. Braga Netto, assim como Mourão, seria uma espécie de “seguro-impeachment”.

O general esteve por mais de quatro décadas nas Forças Armadas, onde ocupou os mais relevantes postos de comando, encerrando a carreira em 2020 como chefe do Estado-Maior do Exército. Em fevereiro daquele ano, ainda na ativa, foi convidado e aceitou assumir a Casa Civil, uma das pastas mais importantes do governo. Ele já deu mostras de força e fidelidade extrema ao presidente da República.

No ano passado, Braga Netto foi convidado a assumir o Ministério da Defesa no lugar do general Fernando Azevedo, que foi demitido pelo presidente após se recusar a substituir o comandante do Exército, Edson Pujol, com quem Bolsonaro acumulou episódios de irritação e constrangimento. No primeiro ato à frente como ministro da Defesa, Braga Netto aceitou pedido de demissão de Pujol e de toda a cúpula militar.

Na CPI da Pandemia, os senadores tentaram convocar o general a prestar depoimento sobre o atraso da compra de vacinas. Na época, ele fez chegar aos parlamentares a informação de que poderia ignorar a convocação. O recado foi acompanhado de uma pergunta em tom de desafio: em caso de descumprimento da intimação, alguém ousaria tentar buscá-lo dentro do Palácio do Planalto? Os senadores, na dúvida, desistiram da ideia de ouvir o general. Depois desse enfrentamento, o militar caiu definitivamente nas graças do presidente.

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