Bolsonaro vai à terceira Marcha para Jesus em um mês
Presidente pode ir a eventos públicos, desde que não faça pedido de votos; em Manaus, ele falou sobre redução de imposto

Em mais um aceno ao eleitorado evangélico, público com quem o presidente Jair Bolsonaro conta para tentar alavancar sua campanha à reeleição, pela terceira vez em menos de um mês o ex-capitão vai participar de uma Marcha para Jesus, ato religioso autointitulado como “o maior evento cristão a céu aberto do mundo” e que compõe o calendário oficial brasileiro desde 2009.
O chefe do Executivo confirmou presença na celebração agendada para este sábado, 25, em Balneário Camboriú (SC), organizada pelo Conselho de Pastores de Santa Catarina. No fim de maio Bolsonaro já havia comparecido à Marcha para Jesus em Manaus. Uma semana antes esteve em ato semelhante em Curitiba.
A lei eleitoral não impede que políticos participem de atos públicos, mas veda que façam pedido de votos. Em caso de desobediência, adversários políticos estão a postos para questionar uma eventual propaganda eleitoral antecipada, irregularidade que pode ser punida com multa, ou, em situações mais graves como abuso de poder.
A presença de Bolsonaro na Marcha para Jesus em Manaus, por exemplo, foi explorada pelo presidente como uma forma de justificar na ocasião a recente redução de alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em todo o país, medida interpretada como predatória por defensores da Zona Franca de Manaus – eles chegaram a questionar a ação do Executivo no Supremo Tribunal Federal (STF). “A Zona Franca de Manaus jamais será atingida por esse governo. Esse governo reduz impostos em todo o Brasil e a redução de impostos é benéfica para todo o País. Ninguém perderá nada aqui reduzindo imposto como IPI Imposto sobre Produtos Industrializados. Nunca vi um país crescer aumentando ou criando novos impostos”, disse durante a Marcha para Jesus na capital amazonense.