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Bolsonaro pedirá isolamento só para idosos e pessoas com doenças prévias 

Na saída do Alvorada, presidente afirmou que 'vai ser o caos' se toda a população for mantida confinada e que país pode sair 'da normalidade democrática'

Por André Siqueira Atualizado em 25 mar 2020, 11h53 - Publicado em 25 mar 2020, 09h41

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quarta-feira, 25, que irá pedir ao Ministério da Saúde uma mudança na orientação de isolamento da população durante a pandemia do coronavírus apenas para idosos e pessoas com doenças prévias, as chamadas comorbidades. Em entrevista na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que conversará com o ministro Luiz Henrique Mandetta para tomar uma decisão sobre o assunto.

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“Conversei por alto com o Mandetta ontem. Hoje vamos definir a situação. Tem que ser, não tem outra alternativa”, afirmou. “A orientação vai ser vertical daqui para frente. Eu vou conversar com ele e tomar a decisão. Não escreva que já decidi, não. Vou conversar com o Mandetta sobre essa orientação”, acrescentou o presidente.

Bolsonaro voltou a criticar “alguns poucos governadores, em especial os de Rio [Wilson Witzel] e São Paulo [João Doria]”, que além da imprensa, foram alvos de seu pronunciamento da noite desta terça-feira 24, no qual pediu a reabertura das escolas e o fim do “confinamento em massa”. “Certas autoridades estaduais e municipais estão tomando medidas, no meu entender, além da normalidade. São verdadeiros donos de seus estados e municípios, proibindo o tráfego de pessoas, tráfego de rodovias, fechando empresas e comércios”, disse na saída do Alvorada.

Na avaliação de Bolsonaro, “é preciso botar povo para trabalhar e preservar idosos”, pois, caso contrário, pode haver “caos”, o que, segundo o presidente, pode fazer com que o Brasil saia “da normalidade democrática”.

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Bolsonaro afirmou que foi ele mesmo quem escreveu o discurso, criticado por parlamentares, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que afirmou, em nota, que “neste momento grave, o país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população”.

“Eu fiz sozinho [o discurso]. Vocês inventaram que o ‘gabinete do ódio’ fez o discurso. Eu que fiz o discurso. Eu que escrevi o discurso, sou o responsável pelos meus atos. Fui criticado por quem? Por quem nunca fez nada pelo Brasil? Estou muito feliz com as críticas”, afirmou.

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