Bolsonaro: novo coordenador do Enem priorizará ensino e não doutrinação
Economista Murilo Resende foi escolhido pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, como diretor do Inep
O presidente Jair Bolsonaro afirmou em sua conta no Twitter, neste sábado, 5, que o novo coordenador do Enem, Murilo Resende, priorizará o ensino e não o que chamou de doutrinação dos alunos em sala de aula.
Resende, de 36 anos, foi escolhido pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, como diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é o órgão responsável pelo Enem.
Bolsonaro critica os temas tratados pelo Enem desde antes de assumir o Palácio do Planalto. Na realização do último exame, o presidente atacou uma pergunta sobre o dialeto utilizado por gays e travestis. Ele afirmou, na ocasião, que teria acesso exclusivo à prova em sua gestão.
Em uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook em novembro, disse que seu governo irá “tomar conhecimento da prova antes” e anunciou que o ministro da Educação deve “entender que nós somos um país conservador”.
As críticas do presidente eleito recaíram, sobretudo, à questão da prova de linguagens e ciências humanas do Enem de 2018 que tratava sobre o “pajubá”, “dialeto secreto” adotado por gays e travestis.
Em sua conta no Twitter, Bolsonaro disse que considera a avaliação um “vexame” e uma “doutrinação exacerbada”.
O então presidente eleito anunciou que o Enem sob sua gestão “vai ter pergunta sobre geografia, dissertações sobre história, questões realmente voltadas para o futuro da nossa geração e não essas questões menores”.
Elaborado e aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, o Enem tem questões feitas por professores de diversas universidades brasileiras e, em seguida, incluídas em pré-testes aplicados a alunos do ensino médio da rede pública. Depois, as questões vão para o Banco Nacional de Itens, que tem mais de 10.000 perguntas. Conforme o resultado do pré-teste, as questões recebem diferentes graus de dificuldade, entre fáceis, médias e difíceis.
As perguntas de cada área de conhecimento cobradas no Enem devem equilibrar o grau de dificuldade das perguntas na proporção de 25% fáceis, 50% médias e 25% difíceis. Segundo o Inep, o Ambiente Físico Integrado Seguro, onde a prova é elaborada, tem “segurança máxima”. “O acesso é restrito a poucos servidores do Inep e a colaboradores, e eles só entram na área após atravessar um escâner corporal e várias portas duplas. O acesso é feito por identificação biométrica”.