A previsão sombria de Bolsonaro sobre sua prisão
"Precisam me eliminar", afirmou o ex-presidente em entrevista

Perto de ser julgado pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que teme ser envenenado caso seja preso. O STF decidirá nos próximos dias se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e mais sete acusados de envolvimento na trama golpista após as eleições de 2022.
Ao podcast Flow, Bolsonaro falou na última sexta-feira, 14, sobre sua trajetória política até o Palácio do Planalto e se comparou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Minha vida é feita de coisas. Até a facada foi um milagre. Médicos dizem que, de cada cem, só um sobrevive. É igual ao Trump com o tiro na orelha. Temos muita coisa em comum, exceto a fortuna”, afirmou ele.
“Precisam me eliminar”
O ex-presidente prosseguiu dizendo que não vai morrer na prisão. “Deus não me colocou aqui para morrer atrás das grades. Se me prenderem, vão me matar. Não tenho a menor dúvida de que serei envenenado. Não é de interesse que me vejam preso, porque vou dar dor de cabeça. Precisam me eliminar”.
O presidente da 1ª Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, marcou para o dia 25 de março o julgamento, após a denúncia ser liberada na quinta-feira para análise pelo ministro Alexandre de Moraes. Caso seja aceita pela Corte, Bolsonaro e os outros sete acusados se tornarão réus por tentativa de golpe de estado.
Na entrevista de ontem, Bolsonaro também falou sobre o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Na sua delação, o militar declarou que o ex-presidente redigiu um decreto para instaurar uma “estado de defesa” com o objetivo de impedir a posse de Lula. “Ele fala muita coisa. Algumas coisas são verdade, mas outras eu fico pensando: ‘Como o cara teve conhecimento disso, se nem eu estava sabendo?’”, questionou Bolsonaro.