Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Bolsonaro aproveita brecha da ‘volta’ do X no Brasil para atacar Moraes

Ex-presidente retornou à rede suspensa do Brasil na manhã desta quarta-feira

Por Ricardo Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 set 2024, 17h16 - Publicado em 18 set 2024, 16h14

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a utilizar a plataforma X, depois que o aplicativo da empresa passou a funcionar no Brasil, graças a uma manobra tecnológica adotada pela rede social do bilionário Elon Musk.

Em uma postagem na manhã desta quarta-feira, 18, Bolsonaro praticamente comemorou a retomada do serviço, que havia sido banido do país por ordem do ministro Alexandre de Moraes, em decisão referendada pela primeira turma da Corte. “Parabenizo a todos pela pressão que fazem as engrenagens circular na defesa da democracia no Brasil. Desistir não e uma opção e os senhores é que alimentam um futuro próspero a nosso país”, escreveu o ex-presidente, sem, no entanto, deixar claro a quem se referia.

Em seguida, o líder do PL passou a elencar fatos que, segundo ele, “lançaram ainda mais luz sobre os graves retrocessos à liberdade no Brasil”. O primeiro da lista é a proibição do X no país. “Foi banido por questionar decisões judiciais que exigiam não só a remoção pontual de postagens, mas a exclusão permanente de perfis. Isso é censura prévia, prática vedada pela Constituição e uma grave violação de direitos fundamentais”, afirmou.

Sem citar o nome de Moraes, o ex-presidente fez duras críticas ao ministro, elencando várias de suas decisões recentes. Entre elas, a proibição imposta ao ex-assessor do Palácio do Planalto  Filipe Martins, atualmente preso, de conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e a determinação de abertura de inquérito para se investigar a discussão que os filhos de Moraes tiveram com bolsonaristas em um aeroporto de Roma.

Bolsonaro também recordou as revelações recentes trazidas pela Folha de S.Paulo que levantaram dúvidas sobre a observação do devido processo legal na atuação do ministro do Supremo, na época em que ele acumulava o cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Continua após a publicidade

A última postagem do ex-presidente havia ocorrido no dia 30 de agosto, véspera da suspensão da plataforma no Brasil.

O X voltou a operar exclusivamente pelo aplicativo da empresa na manhã desta quarta-feira. A medida se tornou possível depois que a empresa mudou o endereço de tráfego para um serviço fornecido pela Cloudflare, um dos maiores provedores em nuvem do mundo. Com isso, foi possível driblar o bloqueio imposto às operadoras de telecomunicações.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reconheceu a brecha e está trabalhando para restaurar a determinação do STF, que suspendeu o X depois que Elon Musk retirou a representação jurídica do país e se recusou a fornecer dados e bloquear contas que disseminavam desinformação e fake news.

Continua após a publicidade

Leia a postagem de Bolsonaro na íntegra:

Parabenizo a todos pela pressão que fazem as engrenagens circular na defesa da democracia no Brasil. Desistir não e uma opção e os senhores é que alimentam um futuro próspero a nosso país.

-Nos últimos dias, os brasileiros testemunharam acontecimentos que lançaram ainda mais luz sobre os graves retrocessos à liberdade no Brasil.

– O X foi banido por questionar decisões judiciais que exigiam não só a remoção pontual de postagens, mas a exclusão permanente de perfis. Isso é censura prévia, prática vedada pela Constituição e uma grave violação de direitos fundamentais.

Continua após a publicidade

– Pior: ao banir a maior rede social do país, não foi uma empresa que foi punida, mas milhões de brasileiros, privados do acesso livre à informação e do direito de se expressar.

– Pouco antes, o mesmo ministro censurou a Folha de SP, impedindo-a de publicar uma entrevista com Filipe Martins, um inocente preso por mais de 6 meses sem julgamento sob a alegação de ter feito uma viagem que nunca realizou.

– O mesmo ministro transformou uma discussão banal sobre uma fila de aeroporto em um “atentado à democracia”, tornando uma família ordeira e cumpridora da lei parte de um inquérito sem qualquer justificativa legal.

Continua após a publicidade

– A Starlink também foi punida arbitrariamente, tornando-se vítima colateral de uma disputa judicial da qual não era parte. Isso mina a segurança jurídica e a confiança dos investidores. O Brasil deveria ser um porto seguro para investimentos e inovação, mas afugenta investidores e rejeita empresas inovadoras.

– Todo este enredo surge enquanto as revelações de Glenn Greenwald, publicadas na Folha de SP, mostram que esses inquéritos ignoram o devido processo legal, com pré-seleção de alvos baseada em suas opiniões políticas e não em suas ações.

– Quando a justiça age seletivamente, todos corremos risco. Quando a censura prévia é normalizada, perdemos nossa liberdade. Quando a liberdade de expressão e de imprensa são ameaçadas, a Democracia grita por socorro.

– Deus, Pátria, Família e Liberdade

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.