Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Benefícios e riscos mútuos mantêm de pé a relação entre Lula e Lira

Os presidentes da República e da Câmara não são próximos, estão em campos políticos opostos, mas preservam uma parceria que rende frutos positivos aos dois

Por Daniel Pereira Atualizado em 8 Maio 2024, 13h05 - Publicado em 20 abr 2024, 17h55

Os presidentes da República, Lula, e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não são próximos, estão em campos políticos diferentes e foram adversários na eleição de 2022, já que o deputado apoiou a fracassada tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro. Na campanha, o petista chegou a dizer que Lira agia como “imperador do Japão”, referindo-se à força que ele demonstrava no governo do capitão.

Como são pragmáticos e conhecem o poder de seus respectivos cargos, os dois resolverem estabelecer uma relação de parceria, que foi facilitada pelo apoio de Lula e do PT à recondução de Lira, em fevereiro de 2023, ao comando da Câmara. Desde então, aos trancos e barrancos, a parceria avançou e rendeu frutos a ambos os lados.

Mesmo com a esquerda em minoria no Congresso, o governo conseguiu aprovar a sua pauta prioritária. Já Lira, além de ganhar prestígio na elite financeira e empresarial ao capitanear a votação da agenda econômica, obteve para seu grupo político, o Centrão, o controle de verbas orçamentárias e de cargos. O deputado não levou tudo o que pediu, mas Lula foi obrigado a entregar mais do que queria.

Cabo de guerra

No início deste ano, Lula e Lira renovaram os votos. O presidente da República prometeu não trabalhar contra o nome escolhido pelo deputado para sucedê-lo na Câmara a partir de fevereiro de 2025. E Lira, em contrapartida, assumiu o compromisso de só apoiar quem não seja vetado por Lula. Um rompimento entre eles, portanto, seria o prenúncio de uma disputa que ambos querem evitar, por medo de saírem derrotados.

Continua após a publicidade

Há outros pontos importantes em jogo. Quando deixar o comando da Câmara, Lira quer ser ministro, segundo seus aliados, ou, com ou sem cargo, preservar suas áreas de influência no governo, o que só será possível se não estiver rompido com Lula. Já o presidente depende do deputado para não correr riscos desnecessários na Câmara, onde a direita é maioria, e os bolsonaristas fazem o que podem para desgastar a gestão petista.

Foi para afastar ruídos que Lula ordenou que seus subordinados resolvessem o problema criado pela demissão de um primo de Lira da superintendência do Incra em Alagoas. O chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, conversaram pessoalmente com o deputado sobre o tema. Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, assegurou que caberá a Lira a nomeação do substituto do primo demitido.

A relação entre Lula e Lira é tensa desde sempre. Um não confia no outro. Paciência. Em razão de suas conveniências políticas e projetos pessoais, eles são praticamente obrigados a caminharem juntos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.