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“Bella Ciao” ganha R$ 60 mil para fazer plano de governo de Sergio Moro

Advogado, amigo e coordenador da campanha do ex-juiz, Luís Felipe Cunha é dono da empresa que recebeu 60 mil para formular propostas para o país

Por Hugo Marques e Ricardo Chapola
Atualizado em 6 abr 2022, 12h27 - Publicado em 5 abr 2022, 10h25

Bella Ciao é uma canção italiana. É a música tema do seriado La Casa de Papel, em que um bando de ladrões invade a Casa da Moeda da Espanha.

Bella Ciao é também o nome da empresa brasileira que estava cuidando do plano de governo do candidato Sergio Moro. A empresa pertence a Luis Felipe Cunha, advogado e amigo do ex-juiz.

A Fundação Podemos pagou exatos 60 mil reais para a Bella Ciao “com o objetivo de colaborar junto à elaboração do plano de governo”. O valor foi dividido em dois pagamentos de 30 mil reais cada.

Na Receita Federal, a Bella Ciao é descrita como uma empresa de “atividades de apoio à educação”, além de “atividades de consultoria em gestão empresarial e “pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências sociais e humanas” e “pesquisas de mercado e opinião pública”.  A Bella Ciao tem capital social de 20 mil reais.

Dentro do Podemos, membros do partido ainda não sabem que fim irá levar o tal programa de governo de Moro, já que o ex-juiz deixou o partido rumo ao União Brasil.

A assessoria de Luis Felipe enviou a seguinte nota à redação de VEJA: “O Advogado Luis Felipe Cunha esclarece que a Bella Ciao Consultoria, fundada há mais de dez anos, atua nas áreas de pesquisa, educação e gestão empresarial. Em dezembro de 2021, a empresa foi contratada formalmente pela Fundação Podemos para elaborar um projeto de melhorias para o país, visando subsidiar uma possível candidatura presidencial. O trabalho vinha sendo desenvolvido regularmente com a previsão de pagamentos mensais. Entretanto, somente as duas primeiras parcelas referentes à prestação do serviço foram efetivamente quitadas. Essa situação de inadimplência também afetou outros prestadores de serviço contratados pelo Podemos para atuar no período pré-eleitoral. A equipe de marketing comandada pelo publicitário Pablo Nobel, por exemplo, não recebeu qualquer pagamento pelo trabalho desempenhado de propagandas partidárias já veiculadas”.

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