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Baptista mantém versão e confirma que ex-chefe do Exército disse que prenderia Bolsonaro

Baptista Junior é uma das principais testemunhas de acusação na investigação da trama golpista que pode levar Bolsonaro à prisão

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2025, 14h15 - Publicado em 21 Maio 2025, 12h21

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior disse nesta quarta-feira, 21, em depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-chefe do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, ameaçou prender Jair Bolsonaro caso o então presidente insistisse em levar adiante a trama golpista que tinha como objetivo reverter a sua derrota eleitoral.

A ameaça, detalhou, teria acontecido em novembro de 2022, momento em que o ex-presidente buscava soluções para se manter no poder. Baptista é peça-chave na lista de testemunhas da Procuradoria-Geral da República na ação penal que apura a participação de Bolsonaro, de militares e de integrantes do antigo governo em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O depoimento do brigadeiro era um dos mais esperados após ele contar à Polícia Federal, em fevereiro de 2024, que o ex-comandante do Exército tinha indicado que Bolsonaro poderia ser preso caso levasse adiante as propostas de exceção. Na segunda-feira, 19, porém, Freire Gomes negou essa versão e disse que “de forma alguma” deu voz de prisão ao então presidente. “O que eu alertei ao presidente foi que se ele saísse dos aspectos jurídicos, além de não contar com o nosso apoio, poderia ser enquadrado juridicamente. Ele concordou e o assunto foi mantido dessa forma”, disse o general. 

Diante do ministro Alexandre de Moraes, Baptista sustentou a declaração dada anteriormente. “O general Freire Gomes é uma pessoa polida. Ele não falou com agressividade com o presidente, ele não faria isso. Mas é isso [prisão] que ele falou. Com muita tranquilidade, com muita calma. ‘Se fizer isso, vou ter que lhe prender’. Eu vi a discordância do que ele falou e o que eu estou falando”, disse Baptista nesta quarta.

Em outro momento, quando perguntando pela defesa do antigo chefe da Marinha Almir Garnier, ele reafirmou: “Repito aqui. O comandante do Exército é uma pessoa muito polida, muita calma e muito tranquila. Mas ele é muito firme quando precisa. Eu vi a repercussão do depoimento dele. Não é uma coisa simples você esquecer o comandante do Exército dizendo de uma possibilidade, ele estava tratando de hipótese. Não é o que a imprensa disse, ele não deu voz de prisão ao presidente. Mas eu já disse que a minha palavra eu mantenho: ele disse com toda educação ao presidente que, por hipótese, que se ele atentasse, teria de prender. E eu mantenho isso”.

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O que o ex-comandante da Aeronáutica disse sobre Bolsonaro em depoimento à PF?

Em oitiva à Polícia Federal ao longo da instrução do inquérito sobre a trama golpista, Baptista já havia sido categórico sobre a ameaça. “Em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o então Presidente da República, após o segundo turno das eleições, depois de o Presidente da República Jair Bolsonaro aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então Comandante do Exército General Freire Gomes afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República”, relatou na ocasião aos policiais.

Na mesmo depoimento à PF, o brigadeiro declarou ainda que “deixou evidente a Jair Bolsonaro que não haveria qualquer hipótese do então Presidente permanecer no poder após o término de seu mandato” e que “deixou claro” que não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para mantê-lo no poder”.

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