Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Azul se explica à CPI após presença de Bolsonaro em voo – e culpa piloto

Companhia aérea disse que o comandante do voo é o responsável por qualquer episódio que ocorra durante o voo e afirmou ter punido a ele e à copiloto

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 jul 2021, 12h11

A companhia aérea Azul encaminhou à CPI da Pandemia documento sigiloso em que tenta se explicar a aparição do presidente Jair Bolsonaro em um voo da empresa, no dia 11 de junho, em Vitória (ES). Na ocasião, o presidente retirou por alguns instantes a máscara facial, desrespeitando uma das mais básicas regras sanitárias da pandemia, tirou fotos com a tripulação e com passageiros e ironizou eleitores que pretendem votar no ex-presidente Lula e que não o querem ver reeleito em 2022. “Vocês estão bem hoje, hein? Quem fala ‘Fora Bolsonaro’ devia estar viajando de jegue, não de avião. É ou não é? Para ser solidário ao candidato deles”, disse o ex-capitão.

No ofício à CPI, ao qual VEJA teve acesso, a empresa recusou-se a responder em detalhes que medidas tomou contra o fato de o presidente ter retirado a máscara para posar para fotografias, disse que respeita normas de segurança estabelecidas para evitar a propagação do vírus – apesar de Bolsonaro ter feito um breve discurso sem o equipamento de proteção facial – e culpou o comandante do voo pelo episódio. “Nota-se que o comandante da aeronave estava fazendo uso da máscara facial de forma adequada, uma vez que estava ciente de sua obrigatoriedade, contudo, diante da presença atípica e inesperada do presidente da República, deixou de conter o ímpeto de manter-se com a máscara no local adequado, no momento em que tirou uma foto”, relatou a empresa, que disse ter sido “surpreendida” e em nenhum momento consultada previamente para uma eventual anuência à presença de Bolsonaro.

“A Azul informa que o comandante da aeronave do voo em comento foi quem concordou com a entrada inesperada do Presidente da República, o qual adentrou à aeronave apenas acompanhado de seu segurança e lá permaneceu por aproximadamente dois minutos. (…) O comandante da aeronave possui legitimidade e competência para tal autorização, responsabilizando-se pelos seus atos e decisões”, explicou. A companhia disse ter aplicado “medidas disciplinares cabíveis” a ao piloto e ao copiloto, mas não as detalhou aos senadores. A Azul também pediu expressamente que suas respostas à CPI não viessem a público.

“Nota-se, pelo vídeo veiculado na mídia, que o presidente da República adentrou a aeronave fazendo uso correto da máscara e permaneceu na maior parte da visita utilizando-a corretamente, mas em um momento a retirou, o que durou um total de sete segundos, voltando a colocá-la logo na sequência, ocasião em que a tripulação estava pronta para orientá-lo acerca de sua correta utilização, caso o evento tivesse se estendido por tempo maior, conforme procedimento padrão em todos os voos”, relatou a empresa.

Em pelo menos três trechos de suas explicações a aérea tentou minimizar sua responsabilidade pela súbita presença de Bolsonaro. Primeiro, disse que o presidente permaneceu tão pouco tempo sem máscara que o episódio seria equivalente a um passageiro idoso que, por poucos segundos, retira o equipamento de proteção para tomar água. Depois, afirmou que caberia ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança presidencial, dar instruções sobre o procedimento que deveria ter sido adotado. Por fim, disse que, apesar de o presidente não ser passageiro do voo, ele já havia passado pelos procedimentos de inspeção e controle de segurança e permaneceu na aeronave quando ela estava com portas abertas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.