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Ato pró-Bolsonaro é ‘inconveniente em todos os sentidos’, diz Bebianno

Ex-ministro afirma a VEJA que se o governo tem 'pretensões absolutistas' em relação ao Congresso, 'realmente deve estar frustrado'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 Maio 2019, 15h33 - Publicado em 23 Maio 2019, 13h14

Primeiro ministro a ser demitido do governo Jair Bolsonaro, após uma crise gerada e agravada pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), com anuência do presidente, o advogado Gustavo Bebianno avalia como “inconveniente em todos os sentidos” a manifestação de apoio a Bolsonaro, marcada para o próximo domingo em diversas cidades do país. “Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Acho tudo isso muito prematuro”, disse a VEJA.

Em meio à crise entre o Palácio do Planalto, o ex-ministro entende que o governo corre um risco “desnecessário” nos atos, uma vez que as ruas vazias indicariam perda de apoio popular, enquanto protestos expressivos tendo como alvo o Legislativo e o STF poderiam agravar a tensão.

“Acho inconveniente em todos os sentidos. O governo deveria governar, inclusive fazendo política, que é atividade inerente à espécie humana, e harmonizar suas relações com os demais poderes. Não se governa por meio de agressões e indelicadezas gratuitas”, afirma Bebianno, que está em viagem aos Estados Unidos. “Se continuar assim, ficará mais difícil a cada dia. O Brasil perde tempo e energia”, completa.

“Não se governa por meio de agressões e indelicadezas gratuitas.”

Depois de o presidente compartilhar um texto que falava sobre o Brasil “ingovernável” sem “conchavos”, os atos tiveram como mote inicial críticas ao Congresso e ao Supremo.

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Diante da reação negativa de parlamentares aos protestos, até mesmo entre alguns aliados de Jair Bolsonaro, como a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), e a deputada estadual paulista Janaina Paschoal, contudo, os bolsonaristas passaram a pregar que os protestos defendam a reforma da previdência e o pacote anticrime do ministro Sergio Moro, as duas principais propostas legislativas do governo Bolsonaro.

“O Congresso acabou de ser eleito. Eleições democráticas, regulares, normais. Houve renovação de 50%. As pessoas que estão lá representam sim a população. O PSL, inclusive. Agora, se o governo tem pretensões absolutistas, aí realmente deve estar frustrado”, diz Gustavo Bebianno.

O ex-ministro também observa que o presidente “deveria escolher pessoas mais hábeis e experientes para a representar o governo no parlamento”. Líder do governo na Câmara, o deputado neófito Major Vitor Hugo (PSL-GO) tem sido alvo de críticas pela falta de traquejo para o cargo e com frequência sua saída do posto é cogitada.

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“O presidente viveu quase três décadas dentro do parlamento e sabe como funcionam as engrenagens democráticas, no bom sentido. Com a inegável força popular que conquistou, deveria se dedicar a um trabalho estratégico e cirúrgico, a fim de fazer as coisas funcionarem de modo harmônico. Pela via do confronto, não conseguirá nada, a não ser um grande desgaste. Desgaste esse que poderá custar, inclusive, a própria popularidade do presidente”, diz Bebianno. “O governo tem pagado o preço da própria inabilidade”, conclui.

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