Até Fernando Haddad é pego de surpresa por ações econômicas do governo
Minado por declaração de Lula sobre a meta fiscal, o ministro também já foi surpreendido por anúncio feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um dos quadros mais prestigiados do governo. Por ordem do presidente Lula, sua agenda econômica é prioridade no Congresso e deixa em segundo plano pautas caras à esquerda, como a legalização do aborto e da maconha. Apesar de não ter participação ativa na engrenagem partidária, Haddad também é considerado o nome natural dentro do PT para suceder Lula caso este desista de disputar a reeleição em 2026.
Apesar dessas credenciais e da bênção do chefe, o ministro não escapa de contratempos e, às vezes, é pego de surpresa até em assuntos na área da economia. O caso mais recente foi a declaração do presidente de que a meta de zerar o déficit primário em 2024 dificilmente será cumprida, o que deu fôlego à ofensiva de outros ministros e de dirigentes petistas para que o objetivo traçado por Haddad seja abandonado. O debate sobre o tema está em curso, mas é provável que o titular da Fazenda acabe derrotado.
Não será a primeira vez. Em janeiro, Lula decidiu adiar a reoneração dos combustíveis para não melindrar os eleitores. Na ocasião, seguiu os apelos “políticos” da comandante do PT, Gleisi Hoffmann, e do chefe da Casa Civil, Rui Costa. A reoneração, defendida por Haddad, só ocorreu meses depois. Já em maio o ministro foi pego de surpresa quando o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou redução de alguns tributos com o objetivo de baratear o preço de carros populares. Haddad participava dos debates sobre a medida, mas, quando esta foi anunciada, ele considerava que ainda não estava madura.