As intrigas sobre o comportamento de Fernando Haddad
Cotado para Fazenda, assessores e colegas comentam o mau humor do ex-prefeito e o hábito de falar em inglês quando quer excluir alguém da conversa

Membros da equipe de transição acreditam que Fernando Haddad (PT) é o nome escolhido por Lula para ocupar o cargo de ministro da Fazenda do futuro governo. A suspeita se deve a dois motivos. O primeiro é que o ex-prefeito de São Paulo tem aparecido sistematicamente ao lado do presidente eleito, inclusive em conversas com empresários, um sinal de prestígio. O segundo é que ele vive lembrado aos colegas que já foi operador da Bolsa de Valores, discorre sobre temas como juros e câmbio, numa maneira de demostrar que conhece o funcionamento do mercado.
Haddad faz parte do círculo mais próximo a Lula e saiu fortalecido das eleições para o governo de São Paulo. Mesmo tendo perdido para Tarcísio de Freitas, a performance eleitoral do ex-prefeito foi considerada decisiva para a eleição do presidente. No entanto, além dos mercados que não reagem bem ao nome dele como futuro ministro, o petista tem cultivado a fama de mau humorado e de difícil trato.
Hospedados em um hotel de Brasília, membros do grupo de transição contam que Haddad costuma chegar à sala de café da manhã, observa os colegas, mas se reserva ao direito de cumprimentar apenas alguns poucos. Nessa lista, não estão incluídos, por exemplo, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ex-ministro Aloizio Mercadante.
Aliás, circula entre os membros da equipe de transição uma história curiosa sobre um dos hábitos do ex-prefeito: Haddad costuma se comunicar em inglês quando quer excluir determinados interlocutores da conversa. Certa vez fez isso na presença de um parlamentar, que se sentiu ofendido. Um aliado conta que em alguns círculos o ex-prefeito já é comparado à ex-presidente Dilma Rousseff, que não era famosa pela simpatia.