Aliados de Bolsonaro já sabiam do plano de caminhoneiros há semanas
Em conversa com VEJA, uma das pessoas mais próximas ao presidente disse que os bloqueios de rodovias ocorreriam em caso de vitória de Lula
Logo depois do primeiro turno, em que Lula (PT) venceu com uma vantagem de 6,2 milhões de voto sobre Jair Bolsonaro (PL), assessores do presidente começaram a traçar cenários para tentar virar a disputa no segundo turno e, caso isso não ocorresse, reagir a uma eventual derrota.
As estratégias empregadas para tentar a virada são conhecidas, mas não surtiram o efeito desejado. Bolsonaro reduziu a vantagem de Lula, mas acabou derrotado por cerca de 2 milhões de votos. Sobre a reação, não houve consenso na época, mas ao tratar do assunto os assessores já tinham a informação de que caminhoneiros fechariam rodovias no país.
Coube a uma das pessoas mais próximas do presidente contar a VEJA sobre o levante dos caminhoneiros numa conversa há três semanas. Na ocasião, ele pediu para não ter seu nome revelado e se recusou a responder se o movimento teria sido arquitetado pelo próprio governo. “Eles vão parar o país”, se limitou a informar.
Até agora, Bolsonaro não se manifestou nem sobre o resultado das eleições nem sobre os bloqueios nas rodovias. Seu silêncio, segundo adversários políticos, alimenta o clima de conflagração.