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Alckmin age para conciliar interesses de MDB e DEM nas eleições

Entorno do tucano tenta evitar que a aproximação com o presidente Michel Temer afaste antigos aliados da área de influência do PSDB

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 8 Maio 2018, 14h50 - Publicado em 8 Maio 2018, 09h14

O entorno do ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência da República nas eleições de 2018, tenta evitar que a aproximação do tucano com o presidente Michel Temer afaste antigos aliados da área de influência da legenda na campanha.

Em abril, o emedebista e o tucano abriram um canal de diálogo para formar uma chapa unificada do centro, que pode ter o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) como vice do tucano.

Após as primeiras tratativas, que foram feitas por meio de interlocutores, Alckmin e Temer se falaram por telefone na semana passada. A expectativa era de que eles se encontrassem no próximo fim de semana, mas a reação negativa do DEM levou os tucanos a reavaliarem a reunião, que deve ser adiada.

Questionado nesta segunda-feira 7, durante evento no Rio, se a conversa com Temer não poderia prejudicar sua candidatura, por causa da impopularidade do presidente, Alckmin foi lacônico. “Eu converso com todo mundo. Nós estamos vivendo momentos de incivilidade. De um lado ódio e radicalismo, que não levam a nada. Conversar não significa que vai ter aliança ou que não vai ter”, declarou o pré-candidato tucano.

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O convite de Temer ao ex-senador tucano José Aníbal para assumir a secretaria-geral da Presidência da República, divulgado na segunda pelo jornal Folha de S.Paulo, acirrou ainda mais os ânimos entre PSDB e DEM. A iniciativa de convidar Aníbal foi feita à revelia da executiva do PSDB. Segundo aliados de Alckmin, a aproximação com o MDB precisa ser feita com cautela para não melindrar outros aliados.

Na segunda, a socióloga Maria Helena Guimarães pediu exoneração do cargo de secretária executiva do Ministério da Educação. Filiada ao PSDB, ela era a tucana no mais alto cargo na administração Temer depois do chanceler Aloysio Nunes, nomeado na cota pessoal do presidente. “Não fazia mais sentido continuar. Se eu não posso ser ministra sendo do PSDB, também não posso ser secretária executiva”, disse. Maria Helena, no entanto, afirma que Temer sempre a apoiou.

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Embora o DEM mantenha formalmente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), como pré-candidato ao Planalto, o partido discute alternativas. Nos bastidores, a sigla fala em um nome para apresentar como eventual candidato a vice de Alckmin: o ex-ministro da Educação Mendonça Filho. O problema é que o MDB também não abre mão de indicar o vice.

Em reação às conversas entre PSDB e MDB, o DEM se aproximou do senador Álvaro Dias (PR), pré-candidato do Podemos. Ele e Maia já se encontraram pelo menos uma vez para tratar de possível composição.

Emissários

Antes da conversa entre Temer e Alckmin por telefone, dois emissários do tucano foram ao presidente abrir caminho para uma aproximação: os ex-secretários e hoje deputados Samuel Moreira (PSDB) e Arnaldo Jardim (PPS). Para um interlocutor do presidente, Alckmin precisa escolher porta-vozes de “mais alta patente” para que as conversas ganhem corpo. O tucano já tem o apoio de pelos menos dois partidos: o PPS e o PSD. Alckmin, no entanto, espera chegar em junho com pelo menos cinco siglas ao seu lado.

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