Agora vai, ey, ey, Eymael?
Embalado de novo pelo velho jingle, o advogado e ex-deputado federal constituinte sairá candidato à Presidência da República pela sexta vez
Por que sair candidato de novo? Eu e meu partido, o Democracia Cristã, entendemos que precisamos dar ao país uma alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro. Estamos preparados e esperançosos.
O máximo que o senhor conseguiu foi 0,25% dos votos válidos em 1998. De onde vem esse otimismo? As pessoas agora conhecem mais a mim e à democracia cristã. A aprovação entre jovens nos deixa entusiasmados. Tenho 2% entre quem tem 16 e 24 anos, segundo a pesquisa PoderData (10 a 12 de abril), a primeira a incluir meu nome. No geral, tenho 1%. Na margem de erro, empato com João Doria (PSDB), por exemplo.
Como o senhor avalia o governo Bolsonaro? O DC é oposição? Bolsonaro não foi a liderança de que o Brasil precisava durante a pandemia. Nossa posição em relação a ele é de independência construtiva. O presidente demonstrou interesse em se filiar ao DC no ano passado, mas nós recusamos porque o partido já tinha o seu caminho definido.
O senhor equipara Lula a Bolsonaro? Como deputado constituinte, me preocupa ver forças que lideram o país ameaçando a democracia, o Congresso e o STF. Por isso não comparo Lula a Bolsonaro. Não vejo no Lula uma pessoa disposta a romper poderes. Infelizmente, Bolsonaro tem feito declarações que colocam em risco essa consciência.
Qual dos dois o senhor prefere enfrentar em um segundo turno? Se eu chegar, vai ser contra o Lula. Ele tem mais potencial que o Bolsonaro. E eu sou o candidato que o Lula menos quer enfrentar. Mas nós dois temos um relacionamento muito tranquilo e cordial.
Como o DC encara debates sobre pautas mais modernas, já que defende os valores tradicionais? Somos um partido que defende a família, mas não temos dificuldade para entrar em debates mais modernos. Se a Constituição diz que a orientação sexual das pessoas é livre, essa também é a nossa posição. Mas também queria uma lei que estabelecesse a proteção da família brasileira de agressões contra seus valores.
Quais são esses valores? O dever de criar e educar filhos menores, a liberdade de expressão, o conceito de ética.
O famoso jingle terá uma nova versão? Ele sempre será utilizado, vamos com o tradicional mesmo. Ele cumpre um papel na empatia forte que tenho com os jovens. E nunca o vi como piada, apenas como entusiasmo puro.
Publicado em VEJA de 11 de maio de 2022, edição nº 2788