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A versão (nada crível) de Cid para o monitoramento de Alexandre de Moraes

Ministro teve voos rastreados por bolsonaristas em plano, segundo a PF, para capturá-lo se o golpe tivesse se consumado

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 11h37 - Publicado em 12 Maio 2024, 13h16

Braço direito de Jair Bolsonaro ao longo de quatro anos de governo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid apresentou à Polícia Federal sua própria versão para os motivos que levaram bolsonaristas a monitorar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, algoz do capitão e responsável pelos inquéritos que envolvem suspeitas de fraude em cartões de vacina, desvios de joias do patrimônio da União e articulações do ex-presidente com militares para que houvesse um golpe de Estado no país.

Delator premiado e obrigado a dizer a verdade, Cid foi questionado sobre as circunstâncias que levaram auxiliares do ex-presidente a monitorar voos de Moraes no apagar das luzes do governo, mas a explicação do tenente-coronel não convenceu nem um pouco os policiais que o ouviram. Há buracos na história exposta por Cid sobre a ofensiva contra a “professora”, codinome que, segundo a PF, era utilizado para se referir ao ministro do Supremo.

Por que Alexandre de Moraes foi monitorado por bolsonaristas?

Para os investigadores, que têm em mãos mensagens trocadas em dezembro de 2022 entre o ex-ajudante de ordens e o coronel do Exército Marcelo Câmara, Moraes tinha os passos rastreados clandestinamente para que fosse capturado caso o golpe de Estado orquestrado por apoiadores do governo tivesse se concretizado. Em entrevista a VEJA em janeiro, o magistrado disse que o trabalho policial descobriu planos para sequestrá-lo e o matar.

De acordo com Mauro Cid, que teve a versão refutada imediatamente após a expor aos policiais, a história é completamente diferente – e quase comezinha. Moraes foi monitorado, relatou o ex-ajudante de ordens, porque Jair Bolsonaro queria saber se o ministro se encontrava secretamente com o então vice-presidente Hamilton Mourão.

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Afeito a toda sorte de teoria conspiratória, o capitão sempre viu em seu número dois movimentos para pretensamente se aproximar de personagens que ele trata como adversários. Em agosto de 2021, por exemplo, um encontro entre Mourão e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso ampliou os ataques do então mandatário ao Judiciário.

Aos policiais, Cid disse que todos os dados coletados sobre o magistrado vinham de fonte aberta, embora compromissos de Moraes com semanas de antecedência, como detinham os bolsonaristas, não são de conhecimento público nem armazenados em fontes abertas.

O monitoramento clandestino do ministro também integra a investigação que apura se o governo Bolsonaro mantinha uma espécie de sistema de inteligência paralelo, com o desvirtuamento de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para este propósito.

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