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A promessa da picanha barata atormenta Lula

Inflação dos alimentos não cede, preço das carnes sobe, e população reclama do poder de compra e da conta do supermercado

Por Daniel Pereira 14 dez 2024, 14h41

Apresentada na campanha passada como símbolo do compromisso do PT com o combate à inflação, a promessa de Lula de baratear o preço da picanha e do churrasco no fim de semana continua a assombrar o presidente. No período de doze meses encerrado em novembro, a inflação oficial atingiu 4,87%, acima do teto da meta fixada para este ano pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%.

O resultado contribuiu, junto com a escalada do dólar e o descontrole das contas públicas, para que o Banco Central (BC) anunciasse na última quarta-feira, 11, um aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, a fim de conter a onda inflacionária. Em novembro, o aumento dos preços foi puxado pelas passagens aéreas e — aí está o desafio de Lula — pelo grupo alimentos e bebidas, que registrou alta de 1,55%. No caso específico das carnes, o encarecimento foi de 8%.

Fatura salgada

Pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira, horas antes da decisão do BC sobre juros, revelou o grau de insatisfação com a carestia. Do total de entrevistados, 68% disseram que o poder de compra dos brasileiros hoje é menor do que há um ano. Em outubro, eram 61%. Já 78% afirmaram que o preço dos alimentos nos mercados subiu, ante 65% em outubro.

A inflação é tão preocupante que o BC já anunciou que aumentará a taxa básica de juros em um ponto percentual em cada uma das próximas duas reuniões em que tratar do tema. Apesar de o PT sempre minimizar o problema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dá a ele a dimensão correta, por entender que, se não for debelado, pode neutralizar os efeitos positivos decorrentes do aumento do emprego e da renda do trabalhador.

Perguntados sobre o desempenho da economia nos últimos doze meses, só 27% responderam que melhorou, ante 33% em outubro. Esse sentimento de reprovação é substituído por um tanto de otimismo sobre o futuro, já que subiu de 45% para 51% o total dos que apostam que a economia melhorará no próximos doze meses.  O desafio do governo é não frustrar promessas e expectativas. Não será fácil se a conta do supermercado — e do churrasquinho — continuar salgada.

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