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A nova dor de cabeça internacional de Lula

Autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial expõe contradição do governo às vésperas da conferência climática em Belém

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 out 2025, 16h25

O governo Lula enfrenta um novo constrangimento ambiental em escala global. Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, o Ibama autorizou a Petrobras a iniciar perfurações exploratórias na Margem Equatorial, a cerca de 500 quilômetros do litoral do Amapá — uma decisão que, embora celebrada politicamente no Congresso, representa uma fissura interna no próprio governo.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União–AP), um dos principais articuladores da liberação, comemorou publicamente a medida. “Hoje é um dia sonhado pelos amapaenses e pelo Brasil. Há mais de uma década esperávamos essa oportunidade de explorar nossas riquezas. É uma conquista pessoal e institucional”, disse Alcolumbre, em tom de vitória política.

Mas, como destacou o colunista Robson Bonin, de Radar, durante o programa Ponto de Vista, de VEJA, o episódio aprofundou a contradição entre o discurso ambiental de Lula e a prática desenvolvimentista do governo.

A contradição que chega à vitrine do planeta

Segundo Bonin, o Planalto vive uma crise que ele chama de “a eterna contradição petista” — o conflito entre a vocação econômica de exploração de recursos e o discurso verde de liderança global no combate à crise climática.

“A área ambiental segurou essa decisão até a véspera da COP30, justamente para expor a incoerência. O governo vai chegar à maior vitrine ambiental do planeta tendo liberado a perfuração de um poço de petróleo praticamente dentro do ecossistema amazônico”, observou.

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A medida coloca o Brasil em uma posição delicada diante da comunidade internacional. A COP, marcada para discutir a redução do uso de combustíveis fósseis e a proteção das florestas tropicais, agora terá como anfitrião o mesmo país que acaba de autorizar a ampliação da fronteira petroleira na Amazônia.

Um governo sob pressão

Bonin lembrou que o próprio Lula pretendia usar a conferência como um palco de afirmação de sua imagem de “líder ambiental global”, retomando o protagonismo diplomático do país após os anos Bolsonaro.

“O presidente queria surfar como o grande defensor do clima. Agora, vai ter de se explicar: como é possível defender o planeta e, ao mesmo tempo, tirar petróleo da Amazônia?”, ironizou o colunista.

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O dilema é agravado por fatores políticos internos. A decisão do Ibama atende diretamente a pressões de Alcolumbre e de parte do Centrão, que cobram do governo gestos concretos em favor do desenvolvimento regional. A resistência ambientalista — liderada pela ministra Marina Silva — ficou isolada.

“Lula é um presidente enfraquecido, que não tem condições de bater de frente com o Congresso. A pressão econômica e política foi mais forte”, resumiu Bonin.

O tempo político e a conta ambiental

O caso chega em um momento sensível. Na semana anterior, o governo já havia evitado por pouco outra crise climática: a votação dos vetos presidenciais à lei de licenciamento ambiental, que flexibiliza regras de proteção e poderia desmoralizar o discurso verde do Planalto antes da COP.

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Alcolumbre, novamente, interveio para adiar a análise, poupando Lula de um novo desgaste imediato — embora o tema deva voltar à pauta logo após o evento em Belém.

Para Bonin, a sucessão de episódios revela um governo preso entre a necessidade política de agradar aliados e o compromisso internacional de manter uma agenda sustentável.

“O Brasil vai à COP dizendo que defende o clima, mas chega com as mãos sujas de petróleo”, concluiu o colunista.

A frase sintetiza o impasse: Lula quer ser o líder verde do mundo, mas governa um país que ainda depende do ouro negro.

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